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24.7.11

Notícias da Rua Árabe

Cobrindo o referendo do Marrocos para O GLOBO conversei, hoje (quinta-feira), véspera do pleito em que o povo dirá sim ou não às reformas propostas pelo Rei Mohamed VI, com um professor de física, sobre a questão do Oriente Médio. Ele dizia como é importante para ele e seu povo a coabitação pacífica com todos os credos e todos os povos. Bem compreensível vindo de um homem bem formado que integra um país onde a moderação e a vontade de paz falam mais alto que as paixões políticas, exceção no atual mundo árabe, em que as primaveras pela liberdade se fazem com derramamento de sangue. Meu amigo físico dizia-se, contudo, decepcionado com o que se passa em Israel. Eu lhe respondi  que sou a favor de um estado palestino mas não abro mão, claro, da existência de Israel. Ele acha que enquanto Israel não tiver uma posição mais flexível, nada avançará, e acha que os EUA são condescendentes demais com o país. Eu respondi que sou ultraliberal, desde que I srael não suma do mapa e que, no Islã, figuras como Ahmadinejad e países com posições obscuras como a Arábia Saudita, que financiam o terrorismo, não ajudam em nada os palestinos. Ele argumentou que Israel também faz terrorismo, e disse: Somos todos filhos de Abrão. Ficamos assim, discordando na maioria dos pontos, concordando em alguns, mas com a mesma civilidade com que, no Brasil, judeus, libaneses, sírios etc conversam, às vezes em torno de tabuleiros de gamão. Isso, num país árabe, faz com que o gosto do chá de hortelã e os aromas indescritíveis das confeitarias daqui fiquem ainda mais gostosos. Parafraseando o Osias, vou pôr hoje o Salam na frente do Shalom, e resumir dizendo Paz.

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