Translate 4 Your Language

Mostrando postagens com marcador Reinaldo Azevedo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Reinaldo Azevedo. Mostrar todas as postagens

13.5.11

Hamas e Fatah juntos? Isso é bom? Depende…

Por Reinaldo Azevedo

As facções palestinas Fatah e Hamas, que controlam, respectivamente, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, anunciaram um acordo nesta quarta-feira, depois de uma rodada de negociações secretas mediadas pelo novo governo do Egito. Os dois grupos teriam acertado a reestruturação da Autoridade Nacional Palestina, o calendário eleitoral, as regras da disputa etc. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem. Vamos considerar: enquanto os dois grupos estiverem se matando, não há estado palestino possível. Poderia ser uma boa notícia. Mas será?

Em um discurso transmitido na quarta pela TV, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, advertiu o presidente da Autoridade Palestina e chefe da Fatah, Mahmoud Abbas: ele deve escolher entre a paz com Israel e a paz com o Hamas. Deixou claro que as negociações israelo-palestinas podem chegar ao fim. Aí alguém dirá: “Esses israelenses… Sempre atrapalhando!”

É mesmo? O Hamas é um grupo terrorista. O que isso quer dizer? Ele se organiza para matar civis em nome de sua “causa política”. De Gaza, dispara mísseis às pencas contra Israel. Um dos itens de seu estatuto é a destruição do país. Então surge a questão: o Hamas renuncia a seus princípios e à sua prática? Não se disse nada a respeito. Qual é a conseqüência do acordo? O moderado se torna mais radical, ou o radical, mais moderado? Num caso, aumentam as chances de paz; no outro, diminuem.  A boa notícia seria outra: “Hamas renuncia ao terrorismo e reconhece o estado de Israel”. Sem isso, nada feito.

5.6.10

CEGADOS PELO ÓDIO (Reinaldo Azevedo)

O noticiário sobre a intervenção das forças de segurança de Israel na tal flotilha que rumava para Gaza foi verdadeiramente estarrecedor. Não se trata, obviamente, de endossar a violência desse ou daquele. E acho compreensível que pesem dúvidas e suspeitas sobre a força empregada, que pode ter sido excessiva etc. e tal. Até aí, o jornalismo pode ir sem delinqüir, sem abrir mão de sua tarefa. O que não pode é desprezar os fatos. E os fatos são estes:

1 - A organização que liderava a ajuda humanitária é a turca IHH, liderada por Bülent Yildirim, ligado ao Hamas. Sobre essa ligação, há EVIDÊNCIAS presentes. E suspeitas fundadas de que tenha mantido contato com os jihadistas e com a Irmandade Muçulmana;


2 - Pode-se ser contrário ao bloqueio a Gaza — o territorial é feito pelo Egito, embora se silencie a respeito. Mas ele existe. Enquanto existe, tentar furá-lo é promover um ato hostil a Israel;


3 - O país já havia afirmado que não permitiria que os barcos chegassem a Gaza;


4 - O cerco à flotilha, antes da intervenção, foi antecedido de uma demorada tentativa de negociação. As forças de segurança de Israel queriam que os barcos se dirigissem a uma cidade israelense, onde os ditos suprimentos seriam desembarcados. Avisaram que não seguiriam viagem. Inútil! Os “pacifistas” não aceitaram;


5 - Há outras maneiras de fazer a ajuda humanitária chegar à Faixa de Gaza. Furar o bloqueio, por mais estúpido que ele fosse, corresponde a submeter Israel a uma espécie de humilhação. Especialmente se o organizador do evento é um amigo do Hamas. Levar adiante tal proposta é apostar no pior;


6 - O vídeo deixa evidente que os “pacifistas” atacaram os soldados de Israel, depois de esgotadas as negociações. Fala-se do filme, mostra-se o filme, fica confirmada a agressão. Mas o texto de condenação a Israel, sem matizes, segue adiante;


7 - Há sete soldados israelenses feridos — dois deles por tiros. Teriam ferido a si mesmos só para criar um pretexto verossímil para matar pessoas? Por que, então, já não atiraram quando estavam no helicóptero?;


8 - Uma jornalista da TV árabe Al Jazeera acompanhava o grupo e assegura que os soldados israelenses estão mentindo. Ela acompanhava o grupo? Não me digam!;


9 - Com que então um grupo de “humanistas” organizados por Bülent Yildirim — não consegui saber se ele estava em algum dos barcos; é provável que não — iria conseguir desmoralizar o bloqueio imposto por Israel na marra?


10 - Mas por que o bloqueio existe? Ele é parte só da natural perversidade daquela gente? Não! Eu não endosso isso ou aquilo, mortes muito menos. Se cabe alguma censura a Israel, ela se deve à operação militar propriamente, que pode não ter sido a mais hábil, fornecendo pretexto verossímil para todos os seus inimigos, que são muitos. Mas isso é  só uma hipótese por enquanto. Faltam dados para saber se houve uso excessivo da força. Podem gritar à vontade. “Humanistas” como esses já fizeram coisas piores.


É assustador que o alinhamento com uma causa e o ódio — sim, o ódio! — a Israel impeçam muita gente de ver o que está diante de seus olhos. Ou pior: mesmo vendo, fazem de conta que não está ali.