Há quatro anos atrás, eu tinha acabado de completar 15 anos, e claro, torcendo contra o time nacional de onde nasci. Era na Alemanha, e era todo o glamour da Europa, inovações e tal. No Comitê Organizador tinha nada mais nada menos que Franz "Der Kaiser" Beckenbauer (o tio de Jack Bauer!) - o jogador que sozinho, praticamente deu dois mundiais pra Alemanha (um como treinador) e encheu o Bayern München de títulos. Um Rogério Ceni, por su puesto.
Foi um Mundial magnífico. Dá pra me lembrar bem. Principalmente quando deixei de fazer uma prova de Educação Artística (cujo professor, Caio Dezorzi, tenho profunda admiração até hoje) para assistir o confronto Arábia Saudita Vs. Ucrânia (adivinha pra quem eu torci?). Era 19 de Junho de 2006.
Uma Copa do Mundo pára tudo. Quem gosta e não gosta do esporte se aprecia, seja com o Fair Play ou com uma disputa acirrada. Falando em disputa, esse Mundial não vai ter muitos grandes jogadores consagrados. Nani, Ballack, Cabañas e Robben são exemplos claros de falta de brilho na Copa. Fora Pirlo e Drogba, que vai enfrentar o Brasil na primeira fase, que são dúvidas. Se caso Drogba não jogue, eu e a Nação Marfinense gostaríamos de trocar uma idéia com Marcos Túlio Tanaka, paulista zagueiro da seleção japonesa. Se caso o Brasil perder, não queria ser Carlos Caetano Verri nem a pau!
2010 vai ser diferente. A Copa Negra, é a copa do Apartheid, a Copa das colonizações holando-britânicas, pero antes de tudo a Taça Fifa tem nome. E ela se chama Nelson Mandela. A Taça Steve Biko já foi, era a Copa das Confederações do ano passado, quando o Brasil virou pra cima dos estadunidenses em um jogo eletrizante. Estava ensaiando (tinha mais o que fazer, acredito eu!).
Depois do gol de Henry, da cabeçada de Zidane, cá estou eu, agora prestes a completar 19 anos, sem torcer para a França com aquele fervor do Mundial passado. Les Bleus se classificaram no grito - tudo bem que eu nem queria a Irlanda - e tem uma equipe limitada, pra falar a verdade, quer dizer, seu técnico, Raymond Domenech, a limita. Os franceses podem repetir o vexame de 2002, quando saíram na primeira fase. Em um grupo que tem os bicampeões Celestes, os sempre fortes Mexicanos, e os anfritriões, os Bafana Bafana (que cá entre nós, se não fosse o Steve Pienaar e o Benny McCarthy, a África do Sul perderia pro Ajax da Vila Rica!) vai ser difícil para o pessoal da seleção da alta gastronomia.
Meu palpite? Temos os jogos semifinais garantidos, segundo meus chutes. Espanha e Argentina numa chave. Holanda e Inglaterra na outra. E a Itália? E a Alemanha? E o Brasil? Se um desses chegar na semi é zebra. É só olhar no papel. David Villa e Xavi Hernandez de um lado, Messi e Milito do outro, Snijder e Huntelaar de um lado, Rooney e Lampard de outro. Gattuso, Schweinsteiger, Kaká não vão fazer muita coisa. O time deles não vai ajudar tanto. Lippi e Löw vão ter que se desdobrar. O Dunga? Ele é técnico? Não acredito. Nem o Brasil.
Agora, é só assistir, esperar e torcer. Que os conflitos cessem pelo menos por um mês, e todo o mundo se dê as mãos. É o momento de união. E de gritar gol!
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