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3.8.11

MITOS NO JUDAISMO

1) Segundo a Torah, deve-se afastar do materialismo como uma forma de aproximação de Deus.

Falso: Ao realizar o Kidush (a reza na qual se utiliza uma taça de vinho ou suco de uva) toda sexta-feira no jantar de Shabat, ergue-se com a palma da mão uma taça que contém uma substância que tem o poder de embebedar. Aprende-se daqui uma lição — é possível elevar o mundano utilizando-se do próprio objeto de desejo. Enquanto toda a materialidade estiver sob controle, na palma das mãos, é possível dosá-la, e controlar a medida de sua influência. De fato, ser escravo da matéria — do dinheiro, do julgamento alheio, de marcas, de rótulos da sociedade — é prejudicial à integridade do espírito, e afasta o indivíduo de sua meta espiritual. Por outro lado, a fim de alcançar o equilíbrio e a plenitude física e espiritual, é crucial saber utilizar este veículo — saber usufruir da matéria moldando-a de forma a alcançar metas nobres; como por exemplo o sustento, a saúde, o amor, a caridade, e muitos outros valores fundamentais.



2) Segundo a Torah, para evitar a atração e a sensualidade, a mulher judia deve abdicar do cuidado com a beleza.

Falso:
A mulher tem a obrigação de cuidar-se, e deve preocupar-se em ser bonita e apresentável. No entanto, existe uma linha a ser traçada entre a beleza e a sensualidade vulgar. A beleza deve ser traduzida em cuidados com o corpo e com a mente. A sensualidade deve ser direcionada exclusivamente para o casal. Sem perceber, aceitamos certas formas de linguagem não verbal. A sedução tornou-se parte de uma linguagem subliminar nos relacionamentos interpessoais, e leva muitas vezes mulheres e meninas adolescentes a comportarem-se como objetos de desejo. Quem não se lembra da ‘material girl’? São parâmetros que guiam o comportamento em sociedade, e que de fato entram em choque com os valores que a Torah deseja preservar. Resumindo: abdicar do cuidado com a beleza é proibido, mas dosar e direcionar a sensualidade dentro do relacionamento do casal é necessário.
3) O suicida não pode ser enterrado na área comum de um cemitério judaico.

Verdadeiro e falso:
Aquele que comete o suicídio deve ser enterrado em uma área especial do cemitério. No caso de suicídio, o shivá, os 7 dias de luto, não devem ser observados pelos familiares, a roupa não deve ser rasgada. Porém, em casos de suicídio devido a condições extremas emocionais ou físicas — tais como depressão profunda, abuso de drogas, estado de doença terminal e outros — parte-se do pressuposto que o indivíduo estava impedido de utilizar de um julgamento pleno ao tomar a decisão de terminar sua vida. É muito importante frisar que cada caso deve ser devidamente analisado por uma autoridade rabínica. Caso seja considerado inocente, o  processo de luto deve ser cumprido normalmente, e o suicida pode ser enterrado na área comum do cemitério.


4) Um judeu que foi enterrado em um cemitério não-judaico deve ser realocado para um cemitério judaico.

Verdadeiro:
Infelizmente, muitos judeus que encontravam-se casados com não-judeus, ao falecer, terminam sendo enterrados em cemitérios não-judaicos com cerimônias realizadas por líderes de outra religiões, e às vezes têm até seus caixões adornados com símbolos alheios. O comediante judeu, Bussunda, por exemplo, infelizmente foi enterrado em um cemitério cristão, com cerimônia não-judaica. Evidentemente, guardamos todo o respeito às outras religiões, e seus rituais relativos à morte. No entanto, no que se refere a um judeu, sabemos que este deve ser enterrado de acordo com as tradições da Torah. No caso do Bussunda, ou de outros judeus enterrados em cemitérios não-judaicos, caso as famílias estivessem interessadas, deveriam procurar o Chevra Kadisha para realocar seus restos mortais pa ra um cemitério judaico. A Torah nos ensina que, independente da quantidade de anos que tenham se passado desde a data da morte, fazê-lo , quando possível, ajudará a trazer paz à alma do falecido.

Quem estiver interessado em saber mais detalhes pode entrar em contato com o Chevra Kadisha de São Paulo ou do Rio de Janeiro para obter maiores informações a respeito do seu caso em especial.

A comunidade de Manaus fez um levantamento destes casos na comunidade local, para tentar entrar em contato com os familiares e transferir os restos mortais dos judeus enterrados em outros cemitérios para o cemitério judaico.

5) O judaísmo aceita casamento homossexual e inclusive vemos rabinos realizando cerimônias entre pessoas do mesmo sexo.

Falso: O judaísmo não aceita o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Rabinos que realizam este tipo de cerimônia são em geral rabinos que pertencem a linhas muito específicas, que contradizem a Torah e fazem uma distorção manipulativa das leis originais. Um casal homossexual, segundo a Torah, não se caracteriza como tal. A definição de ‘casal’ está ligada à noção de complemento; e as essências feminina e masculina são diferentes, e através do convívio e da troca, ambas partes podem atingir seu potencial máximo de auto-aprimoramento. Não se refere aqui à atração sexual propriamente dita, já que esta pode acontecer de diversas formas, e no momento em que surge ainda não passou por nenhum filtro moral ou psicológico. É importante respeitar socialmente, não ofender e conviver com os homossexuais, porém o judaísmo não avaliza a formação deste tipo de matrimônio.
6)  Muitos judeus estão se tornando mais religiosos nestas últimas duas décadas. Isso é fruto de muita ‘lavagem cerebral.’

Falso:
O processo de retorno ao judaísmo em grandes números, vem acontecendo desde o começo da década de 90, com a abertura de centros de estudos judaicos em Israel e no resto do mundo. O mundo globalizado, o avanço da tecnologia, a facilidade de fazer circular a informação e a popularização da comunicação são todos benefícios dos nossos tempos. Porém, o estilo de vida pragmático e acelerado pode levar ao esvaziamento do lado espiritual. E por vezes faz-se necessário exercitar a reflexão, a introspecção, ao buscar entender o que nos faz tomar determinadas decisões em nossas vidas. O estudo aprofundado do judaísmo, do Talmud, da mística judaica, apareceu recentemente como tendência. O judaísmo, que vinha sendo relegado à condição de ‘religião tradicionalista,’ passou a ser veiculado de forma diferente pelos próprios meios de comunicação modernos; e percebeu-se que trata-se de um legado gigantesco de sabedoria que pode ser acessada de forma questionadora, inteligente, revolucionária e atual.  A maneira correta de aproximar-se é voluntária e deve ser a mais honesta possível. A pressão, a coerção e o extremismo são armas manipulativas do caráter humano que eventualmente podem acontecer em qualquer meio. De fato, existem indivíduos que estão envolvidos com a disseminação de valores judaicos cuja conduta não está afinada com a essência daquilo que a própria Torah determina. É fundamental frisar que estes indivíduos não são porta-vozes de toda uma geração. A força da nossa sabedoria milenar é inquestionável e transcende qualquer rótulo. E isso é o que se vê nos dias de hoje.


** URI ZOHAR - um dos mais famosos artistas do cinema israelense de todos os tempos, atualmente considerado um grande rabino em Jerusalém, após ter se tornado religioso e estudado por mais de 30 anos em grandes Yeshivot. 



"Nessas horas dá orgulho de ser judeu!"

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