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17.12.11

Responsabilidades paternas

Na semana passada viajei para visitar meus netos e confesso que talvez essa seja a coisa que, no passado, deveria ter feito com muito mais freqüência, apesar de que praticamente durante metade de sua idade atual estivesse impossibilitado por reais motivos de saúde.

Mas como nenhum passado pode ser refeito, o importante é tratar do tempo que dispomos atual e futuramente, aproveitando as possibilidades, como a de observar a fantástica semelhança de preservação e continuidade que existe entre os seres humanos, os animais e vegetais.

Como homem criado no campo e acostumado a comparar tudo o que observo no ser humano com o que ocorre na fauna e flora, vejo a maravilha da natureza em cada detalhe dos movimentos e sons emitidos pelos netos.

Reconhecer nos netos características de seus filhos, como morder a língua levemente exposta ao executar tarefas simples, como apertar um parafuso, ou o formato da cabeça de outro, que quando olhada por trás é exatamente como a do avô, chega a ser engraçado, mas é uma coisa maravilhosa quando pensamos em transmissões genéticas.

Um se parece mais com a família materna e outro com a paterna, mas todos carregam características das duas famílias, seja aparentemente, no comportamento, ou até no jeito de falar. Assim como nossos filhos, os netos são diferentes entre eles, mas todos carregam características familiares que os marcarão para sempre.

Essas características são transmitidas geneticamente, mas nossa responsabilidade começa depois destas, com os ensinamentos em casa, complementados pelas pelos das escolas, companhias e ambientes que freqüentarão.

Conversando com um de meus filhos em um desses mesmos dias, surgiu o assunto, com um exemplo concreto, de como as influências externas ao lar podem alterar completamente os princípios de uma pessoa e assim, notarmos diferenças enormes de caráter e honestidade entre pessoas filhas dos mesmos pais, que receberam a mesma educação em casa, mas freqüentaram ambientes com princípios muito diferentes.

As influencias externas ocorrem em todos os campos, morais, culturais, comerciais ou outros, e na formação de nossos filhos e netos, tanto o que é desejável quanto o que não seria, será por eles absorvido fora do lar, apesar de existirem alguns lares, felizmente raros, onde a influência paterna é mais prejudicial do que benéfica, por serem alcoólatras, drogados, agressores e muitas outras possibilidades de exemplos terríveis para a criação e formação de uma criança, quando toda influencia externa provavelmente seria melhor que a do lar.

Geralmente, até por amor, os pais influenciam de maneira positiva a criação de seus filhos, mas precisam estar conscientes de sua responsabilidade não só dentro do lar, como também das escolas e ambientes freqüentados pelos mesmos, o que não é uma tarefa simples, implicando na participação intensiva dos pais em todos eles.

Os princípios morais, éticos, religiosos, de educação, respeito e saúde, são de fundamental importância no contexto geral da formação de um jovem e precisam ser entendidos dessa forma pelos pais, pois aqueles com formações sólidas nesses aspectos dificilmente se envolverão com os problemas mais graves da sociedade atual.

Os veículos de comunicação ultimamente têm mostrado, com bastante freqüência, comportamentos sociais no mínimo diferentes do que os pais e avós atuais estavam acostumados a ver e isso pode e deve ser debatido nos lares, entre pais e filhos, até para que entendam que aceitar uma escolha é diferente de achá-la o normal.

Como pais e avós, precisamos entender que a formação familiar é, e continuará sendo, a principal base de toda sociedade, independentemente da religião, regime político, ou posição social e cultural de cada indivíduo.

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