Desde minha juventude sempre ouvia dizer as mais variadas coisas sobre a maturidade e a velhice, que para mim -e para muitos com quem converso atualmente-, era quando uma pessoa tinha por volta dos quarenta anos.
O tempo passou e só depois de já haver
passado pelos quarenta há muitos anos é que me senti plenamente na
maturidade, notando isso em meu próprio corpo, o que também me confirmam
os mesmos que pensavam como eu.
Com menos agilidade e os reflexos mais
lentos, deixamos de correr para alcançar o que corre à nossa frente. Por
trás podemos observar os tropeços enfrentados por eles, nos desviar, e
nossa caminhada passa a ocorrer com maior segurança.
Essas observações passam a ter muita
importância e agora concordamos com os mais velhos, que observando e
estudando o passado, não precisamos passar pelas mesmas dificuldades e
tropeços que outros já passaram.
Nossos planos e projetos passam a ser
para um prazo mais longo, com menos pressa, mais calculados, diminuindo
muito os riscos que antes corríamos sem nos importar.
Começamos a nos fixar em centenas de
coisas, desde marcas de produtos alimentícios a mecânicos de nossos
carros, estabelecendo uma relação de confiança agora muito importante.
Dificilmente mudamos os lugares que
frequentamos, como supermercados e restaurantes, pois já os conhecemos, e
não estamos dispostos a muitas experiências novas.
A importância que no passado demos a
muitas coisas agora nos parece até ridícula, pela insignificância que
hoje possuem em nossas prioridades.
Deixamos de ser tão críticos em relação
às outras pessoas, passando a perceber as suas e as nossas próprias
limitações, físicas, culturais e mentais.
As companhias que buscamos deixam de ser
as que nos satisfaçam momentaneamente, seja comercial ou fisicamente,
para serem aquelas que participarão de nossos planos e projetos futuros,
de maior duração, quando há maior confiança e cumplicidade.
Nossos amigos são os que compartilham os
mesmos hábitos e ideais, com os quais dividimos alegrias e dificuldades,
contamos com seu apoio e retribuímos da mesma forma.
A convivência com nossos descendentes
passa a ter bem mais importância, planejamos e realizamos viagens com
maior frequência e nos dedicamos mais à literatura e à história.
É uma nova vida, muito mais plena, com mais buscas por prazeres emocionais, culturais, do que as ambições materiais anteriores.
A vida é tão perfeita que não arrisca
permitir a um jovem, com toda sua agilidade e energia, saber o que só
agora na maturidade percebemos plenamente.
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