Translate 4 Your Language

13.5.11

OBAMA MELECH YEHUDIM


Quando Obama estava para ser eleito, muitos, mas muitos mesmos, judeus cariocas me disseram que tratava-se de um inimigo de Israel, com nome árabe e posições "liberais" (pelo jeito, virou um palavrão no cerne da nossa comunidade o sentido clássico, político, da palavra...). Numa palestra aqui no Rio promovida pelo Hillel e mediada pelo Osias Wurman, o judeu Caio Blinder quase foi linchado moralmente por ter ousado dizer não acreditava nem um pouquinho na tese de que o novo presidente, fraco, estaria a serviço dos interesses antissionistas. Bom, nos últimos anos, com exceção de uma ou outra bravatazinha retórica dizendo que Israel exagerou aqui e ali (e exagerou mesmo!) - que em nada diferiam dos pequenos esporros pra palestino ver que Bush dava de vez em quando - nada disso se revelou. Barack Obama tem sido tão amigo de Israel quanto os governos predecessores. Talvez até mais. Agora, quando ele executa Bin Laden e joga seu presunto ao mar no melhor estilo Bush, pouco se lixando pro direito internacional, e usando um discurso de velho Oeste misturado com Lei de Talião, os mesmos judeus cariocas soltam hurras. Obama Melech Iehudím! Há até entre nossos patrícios aqueles que aproveitam para papagaiar a tese estúpida de que tortura vale a pena. Quero ver quando torturarem a iídiche mama deles com base em alguma espionagem de rede social numa realidade em que nossas liberdades estiverem, eventualmente, restringidas e tenhamos que formar uma nova linha de partizanim. Quanta cara-de-pau! Felizmente, como sempre, em minoria, há judeus coerentes que, ao mesmo tempo que jamais entraram nessa paranóia clássica de proclamar Obama um potencial Alá do Apocalipse, têm coragem de criticar os extremos a que chega um liberal (argh!) em campanha eleitoral. E de ver Obama como apenas mais um democrata na presidência dos Estados Unidos, dos males o menor em vistas do crescimento da hidrofobia e do fundamentalismo no seio do Partido Republicano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário