A parlamentar do Knesset Tzipi Hotovely
anunciou na segunda-feira que ela em conjunto com outro parlamentar Uri
Orbach apresentarão um projeto de lei que permitirá que rabino de
qualquer ordenação aprovada pelo Rabinato Chefe possa realizar
cerimônias de casamento. Isto acontece depois do furor desencadeado na
semana passada quando a organização religiosa-sionista Tzohar encerrou
seus serviços gratuitos de casamento por causa de obstáculos
burocráticos que tiveram origem no Ministério de Assuntos Religiosos.
Porém logo após um acordo foi firmado e o Tzohar reiniciou seus
trabalhos.
Numa audiência realizada no Comitê do
Knesset para o Progresso do Status da Mulher, que Hotovely é a
presidente e disse que a situação atual necessita ser alterada, apesar
do acordo recentemente firmado, e que os critérios definindo quais os
rabinos que estariam habilitados para realizar as cerimônias de
casamento deveriam ser modificados. Orbach que também estava presente e
protestou contra o rabinato em termos veementes. ‘Os problemas criados
pelos rabinos do Tzohar começaram com o Rabinato Chefe e continuam com o
Ministério de Assuntos Religiosos... é o Rabinato Chefe que impede que
rabinos religioso-sionistas possam realizar as cerimônias de casamento
quando estabelecem critérios que permitem que qualquer rabino, mesmo
aquele que somente seja conhecido por seus hassidim (seguidores
ultra-ortodoxos) realize casamentos, enquanto que um rabino religi
oso-sionista de uma hierarquia superior não estaria qualificado,
segundo estes mesmos critérios’.
O projeto de lei terá o objetivo de
alterar os critérios atuais para a aprovação de licenças para que
rabinos celebrem casamentos, porém o Tzohar diz que este projeto seria
discriminatório contra todos os rabinos e impediriam que centenas deles
pudessem celebrar casamentos. Esta nova lei, caso seja aprovada,
significaria que qualquer rabino de qualquer ordenação aprovada pelo
rabinato, que tenha recebido a aprovação do rabino-chefe de qualquer
cidade e que tenha sido aprovado no curso sobre as leis do casamento
poderiam oficiar cerimônias e emitir o registro do casal. Hotovely na
audiência disse, ‘a verdade está distorcida quando o ministro de
Assuntos Religiosos ou qualquer outra pessoa possa alocar cotas para
casamentos. Porque alguém que foi aprovado como rabino numa instituição
aprovada pelo rabinato, aprovado em exam
es e obteve o título de rabino, precisa enviar um fax antes de qualquer
casamento para obter a permissão para realizar o casamento?’.
O parlamentar do partido Shas Haim Amsalem
argumentou sobre um aspecto mais amplo da controvérsia. ‘Todos os dias
observamos outra forma de radicalização (religiosa) e onde isto está nos
levando?’ e conclamou para que o rabinato pare de fazer o que ele
chamou de ‘sabotagem e discriminação’.
Ilan Gilon do partido Meretz continuou e
conclamou para uma completa separação do Estado e o Poder Religioso.
‘Achamos que a religião dominou a política, mas na verdade é o
contrário, a política dominou a religião’. O pluralismo pleno, afirmou
Gilon, é a única solução. ‘Eu sou um homem de fé, não sou um secular,
mas temos que separar a religião e o estado para que todos e qualquer um
escolha exatamente o que quiser’.
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