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19.4.11

Liberdade de Opinião (Clarice Niskier)

CLARICE NISKIER

Clarice Niskier nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 1959. A premiada atriz estreou no teatro em 1981, com a peça "Tambores na Noite", de Bertold Brecht, no Teatro Tablado. Em seguida, foi convidada a participar da peça "Porcos Com Asas", de Mauro Rádice e Lidia Ravera, interpretando a sua primeira protagonista, em 1982, no Teatro Cacilda Becker.

Daí por diante passou a atuar em diversos espetáculos, inclusive infantis. Nos anos 90, deu início a uma longa e importante parceria com os diretores Eduardo Wotzik e Domingos Oliveira. Com Eduardo, trabalhou em vários espetáculos, dentre os quais "Tróia", que lhe valeu as indicações para os Prêmios Shell e Mambembe de Melhor Atriz em 93 e "Um Ato Para Clarice", seu primeiro monólogo. Com Domingos Oliveira atuou na peça "Buda", de autoria da própria atriz, seu segundo monólogo, dentre outros trabalhos.
Em 2006, Clarice recebeu sua segunda indicação ao Prêmio Shell de Melhor Atriz, com a peça “Tudo Sobre Mulheres”. E, neste mesmo ano, no Rio de Janeiro, estreou a peça “A Alma Imoral”, sua adaptação do livro homônimo do Rabino Nilton Bonder. Por sua atuação em "A Alma Imoral", Clarice foi indicada pela terceira vez para o Prêmio Shell de Melhor Atriz, sendo a ganhadora deste prêmio em 2007. Também ganhou o Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Atriz - Drama SP em 2008. Atualmente o espetáculo está em cartaz em São Paulo.

Clarice tem ainda em seu currículo várias participações em programas de televisão, filmes e comerciais. Ministra cursos de Teatro e foi professora titular do Curso de Formação de Atores da Faculdade da Cidade, tendo sido escolhida, para dirigir a peça de formatura dos seus alunos.

PERGUNTAS:
1) O que fez de mais importante em sua vida?
Meu filho, Vitor. Fui mãe aos 40 anos, sei o que é viver sem filhos. Mas depois que tive, cresci muito. Na relação com meus pais, com meu marido, com minhas irmãs, meus amigos, no meu trabalho, comigo mesma. As prioridades foram se rearrumando. É muito amor no coração.  

2) O que lamenta não ter feito, ou ainda deseja fazer, de importante?
Uma coisa simples: lamento não ter aproveitado todos os cursos de inglês que meus pais me ofereceram durante a infância e a adolescência. Nunca levei a sério o estudo de uma língua. Queria fazer esporte, namorar, andar de bicicleta, ficar sonhando. Depois, adulta, comecei a trabalhar sem parar. Um dia, hei de falar inglês fluentemente.

3) Diante da multiplicidade de disputas e conflitos étnicos e raciais se generalizando em todo mundo,você acha que a Humanidade caminha para tempos sombrios?
Sim e não. Ao mesmo tempo em que os conflitos se acirram, a consciência dos perigos que corremos é muito grande e está se espalhando de forma muito rápida. Acredito mesmo que a maioria dos seres humanos hoje é menos ingênua do que já foi um dia. Não seremos manipulados tão facilmente. A Ciência está mais próxima da sociedade civil, muitos segmentos políticos e religiosos progressistas estão mais próximos da sociedade civil, estamos mais tolerantes e menos cegos. É um processo lento, mas muitas coisas boas estão acontecendo também.

4) Você concorda com o balizamento estatal ou religioso nas opções e preferências pessoais de cada individuo, incluindo a comunicação, opção sexual, vestimenta, fumo e bebida?
Autoridade sem autoritarismo, a velha nova questão de sempre. Todo ser humano tem que ter referências de ordem. E fazer as suas escolhas. A diferença entre o veneno e o remédio está na medida. Balizar pode ser marcar limites, educar, mostrar caminhos, fronteiras. Mas sempre entre uma baliza e outra, o diálogo, a consciência, a vida. Como diz Jorge Mautner, compreendo tudo, mas a barbárie, seja ela qual for, os massacres pelo poder e pela riqueza, não.

5) Qual seria a sua reação caso tivesse tolhido seu direito de opinar, de consumir e de se expressar?
Nasci em 59, nos anos 70 tinha 10 anos. Fui crescendo e entendendo onde estava, vendo a ditadura se transformar em democracia. Testemunhei esta aurora. Deus me livre abrir mão desta luz, desta liberdade!

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