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8.3.11

Não é tão Difícil! (The Start-Cohen's Dilemma)

Primeira Parte
Tentar mudar para se tornar uma pessoa melhor, é árduo, mas não tão difícil como pode parecer. Na Kabbalah, aprendi a teoria das sementes, onde nada acontece "de repente", tu fez algo no passado que com certeza está dando resultado agora, seja bom ou ruim.

Após três anos de prática judaica e estudos cabalísticos (se é que posso dizer assim) nunca fui - de verdade - colocado no "front". Eis que surge Camilla Sedrez de Almeida.

A torcedora colorada/rubro-negra-otaku-cosplayer no qual jurava difícilmente namorar, tornou-se a senhorita Start-Cohen no dia 28 de julho de 2010 (18 de Av de 5770). Não pensava que em sete meses, iria (ou pudesse) acontecer tanta coisa.

Através dela, estou, vamos dizer assim, "Under Construction" (em obras) para eu melhorar. Primeiramente: escutá-la muito, muito mais. Quem me conhece, sabe que fico quieto até chegar uma hora que alguém precisa tomar uma decisão. E quando as tomo, já não escuto mais nada e nem ninguém. Na hora da decisão é bom continuar escutando.

Segunda Parte
A principal característica da família Conde, como a maioria das famílias brasileiras, é a alegria e o carisma, apesar da origem verdadeiramente sofrida. Meu bisavô, o ferroviário mineiro Aurélio Ferreira era alcoolatra e não dava muita atenção para a minha avó e para meus tios-avós. Mesmo assim, e com outras inúmeras dificuldades passadas (minha bisavó, Maria Silva, era muito doente a ponto de ser cadeirante), minha avó Wilma e minha tia-avó Wanda levantaram - literalmente - a família (educando minha mãe e meu tio muito bem) tornando-a matriarcal. Desde quando nasci até hoje, o passado é lembrado com ar de triunfo e com muitas risadas.

Eu quero vencer, claro, mas tenho que perceber um tópico: há a hora de sorrir, e a hora de ser sério. Em razão do meu sarcasmo, tiro as pessoas do sério facilmente, até mesmo sem querer. Ser alegre é muito bom, é saudável e é bonito, porém, para conseguir respeito digno, ter a imagem de "bobo da corte" não é bom.

Terceira Parte
Por aprender a ler e a escrever cedo, minha imaginação foi construída a partir de uma visão de mundo totalmente adaptada a minha realidade, embora eu seja atualizado com o que acontece não só em São Paulo, mas nos países onde quero fixar residência. Logo, penso que, "na correria", as coisas rapidamente (ou facilmente) tornam-se tangíveis. Não é assim pra ninguém, nem pros descendentes de Rupert Murdoch (dono da News Corporation, grupo detentor da Twentieth Century Fox), imagina para o (ainda) desconhecido universitário judeu Guilherme David Start-Cohen Conde.

Para chegar ao Canadá, preciso entender que vou morar na província autônoma do Québec (em sua capital, Montréal), cuja língua oficial é o francês, mesmo compreendendo que as decisões são tomadas em Ottawa pelo primeiro-ministro de nome inglês Stephen Harper (centro-direita). E em Israel, se eu não aprender hebraico, vou ser tratado como turista estrangeiro,e não como sionista verdadeiro. Se assim foi estabelecido em 1948, não dá pra contrariar agora.

Contudo, ou me organizo agora, seja linguisticamente e/ou financeiramente, ou ficarei na sombra de meus pais, limitando-se ao "allez" ou só no "Shemá". Não quero isso e não vou ter isso. Eis a importância de perceber e viver a realidade, e não só adaptá-la somente.

Quarta Parte
Filho, neto e bisneto de funcionários públicos estaduais e federias, nunca faltou comida na minha mesa, desde 1991. (Baruch Hashem!). Trabalhar sempre foi o forte da Família Conde, e seguramente será da futura família Start-Cohen.

Meus irmãos começaram a trabalhar ainda adolescentes, com 14 e 16 anos. Não tive a mesma sorte. Com muito custo, comecei a trabalhar com 17 anos, em razão da Lei do Aprendiz e também por completar 18 anos na metade do ano, na metade do mês. Na época do meu irmão, década de 90, o primeiro emprego de muitos garotos era de mensageiro-de-escritório (Office Boy). Já na década corrente, a primeira do terceiro milênio da Era Comum, o primeiro emprego da maioria dos adolescentes é de operador de telemarketing. Foi meu primeiro emprego. E atual. Desde quando comecei a trabalhar, em 2009, já tentei ser de tudo. Até cheguei a trabalhar onde minha mãe "reinou" por nove anos e meio. Sempre fracassando, caía no Call Center. Não posso reclamar, foi nessa área que conheci a atual Senhorita Start-Cohen.

Não dá pra "tapar o sol com a peneira", como dizem os populares. Prestes a completar duas décadas, eu nunca trabalhei por mais de seis meses em uma única empresa. Experiência na área citada anteriormente eu tenho, na média de uma empresa diferente a cada dois meses. Uma instabilidade contestada por minha família e pela Senhorita Start-Cohen - principalmente. Não tenho autonomia ou qualquer tipo de independência enquanto subordinado. Não dá pra organizar qualquer levante sendo registrado há 24 horas atrás. Minha namorada e minha família estão certos. Sei que, segundo a Kabbalah, é pra sair da "zona de conforto", mas não é pra exagerar, ao ponto de ter 200 reais presos pelo governo por nunca ter sido dispensado de uma empresa por mais de seis meses. Centavo solto já é um problema, preso então...!

Quinta Parte
O que é o que é? É intrínseco, ninguém vê, mas todos tem? A fé. Finalmente vou abordar esse assunto na última parte desse "dilema".

O Brasil é um país pseudo-laico. É majoritariamente e declaradamente cristão. Nada contra. Fui batizado na Igreja Católica, como a maioria dos brasileiros. Cresci estudando um Colégio Cristão e vivi minha pré-adolescência no Protestantismo Histórico (Igreja Metodista). Até quando acordei, aos 15 para 16 anos.

Observando uma cerimônia de Rosh Hashaná, o ano novo judaico, percebi que comendo casher e rezando aos sábados de manhã seria uma pessoa melhor. Conheço a Kabbalah. Torno-me uma pessoa até um pouco mais confiante, excluindo aos poucos qualquer hipótese de suicídio que tinha alguns anos atrás. A verdade é, que nunca me senti testado pela mesma. Assim, D-us me enviou a ex-neo-pentecostal Camilla Sedrez para colocar três anos de prática judaica "na rua".

Ela está me ajudando, claro, juntamente com as orações e outras ferramentas para meditação que utilizo. Seria a consagração - ao menos pra mim - se ela tornasse judia. Tenho consciência que assim como nós outros, D-us sabe o que faz. Sendo minha esposa, já "tá bão demais, sô!" E é com toda essa fé que começo um verdadeiro dilema: as primeiras duas décadas do menino Guilherme Conde se encerraram. Como será as próximas duas décadas do homem Guilherme David Start-Cohen Conde?

A resposta? Está na Torá, no Zohar, no Sidur, no céu, na sinagoga, nos escritos, nas baquetas, no par de chuteiras...

"D-us só faz 50%. A outra metade quem faz é a gente." (Camilla Esther Start-Cohen Sedrez)

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