FLÁVIA FICHMANN
A paulista Flávia Fichmann, de 25 anos, é a entrevistada da semana desta coluna. Formada em psicologia pela PUC de São Paulo, ela chegou em Israel há apenas um ano e meio e busca, agora, um futuro profissional no país, provavelmente na área de psicologia do trabalho. Enquanto isso, ajusta-se à nova realidade trabalhando no Hotel Hilton, onde usa seu inglês, aperfeiçoado depois de uma estadia de seis meses na Austrália. “O sentimento de estar em Israel e Austrália é completamente diferente. É mais familiar aqui. Lá eu me sentia perdida, num lugar estranho. Sempre achei que Israel é o lugar para mim”, conta Flávia, mesmo admitindo que se decepcionou com alguns aspectos da vida no país.
1) Flávia, quando você veio morar em Israel?
Em meados de 2009, há um ano e meio.
2) Por quê você optou em morar em Israel?
Em 2004, fiz Shnat Hachsara (um ano de estudo) em Israel pelo Habonim Dror. Pelo curso, passei meio ano no Kibutz Hatzerim e me apaixonei por lá, adorei o modo de vida e a ideologia. Para uma jovem de 18 anos, era tudo muito bonito. Voltei para o Brasil com a intenção de fazer aliá para um kibutz logo depois dos estudos. Mas, em 2007, passei um mês no país de novo e me decepcionei com os kibutzim, que me fecharam as portas. Fui para Tel Aviv, adorei, e concluí que queria fazer aliá para a cidade grande. Foi o que fiz.
3) Do que você mais gosta, em Israel?
Pode parecer mundano, mas gosto de andar de bicicleta até o trabalho, com meu iPod, e voltar no meio da noite, sem problemas, assaltos ou violência. Além disso, adoro morar sozinha, o que é muito difícil, muito caro, no Brasil. Aqui sinto que sempre vou conseguir me sustentar porque é sempre possível trabalhar em empregos temporários, como garçonete. Muitos jovens fazem isso. Fora isso, adoro falar hebraico, muito mais do que inglês.
4) Do que menos você gosta?
Tenho muita dificuldade para resolver problemas burocráticos. É preciso ter muita paciência. Qualquer problema leva muito tempo e você tem que ter habilidade com a língua para correr atrás e resolvê-lo. Também fico revoltada com o fato de um país tão avançado ainda sofrer com blecautes em dias de chuva. E não me acostumei totalmente com o jeito direto das pessoas. É difícil de se acostumar, se você vem de uma cultura cheia de dedos. Fora isso, bate também saudades. Estar longe da família e dos amigos é muito difícil.
5) Qual é o lugar mais agradável do país, na sua opinião?
A praia de Tel Aviv. Adoro aquele calçadão. No Norte do país também tem muitos lugares legais para passear.
6) Qual é o lugar menos agradável?
Jerusalém. É uma cidade com clima muito pesado. Não se pode andar por bairros religiosos sem ser olhado com cara feia, principalmente no Shabat. Em Tel Aviv você nem sente isso. É difícil morar em Jerusalém para quem não é religioso.
7) Qual é a palavra em hebraico que você mais gosta?
“Achla” (algo como “ótimo” ou “maneiro”).
8) Qual é a palavra em hebraico que você menos gosta?
“Beteavon” (bom apetite). Me irrita muito toda vez que me dizem isso. Você está com o garfo em punho, com a boca aperta, e na hora que vai dar uma dentada, te desejam beteavon. Irritante.
9) Que comida israelense é a mais saborosa?
A verdade é que não sei o que é israelense o que não é. No começo, eu adorava shawarma (sanduíche de carne de carneiro). Mas cansei. Agora, adoro sambussak (espécie de pastel iraquiano).
10) O que você diria para quem pensa em fazer aliá?
Depende da pessoa. Diria que aliá não é para todo mundo, não é fácil. Você tem que estar muito certo de seus objetivos por aqui, porque vai passar por muitos momentos de indecisão. Não conheço ninguém que fez aliá e nunca se perguntou, pelo menos uma vez: “O que estou fazendo aqui?”. Você tem que saber responder a isso nos momentos de crise.
(Fonte: Notícias da Rua Judaica)
Comprei um livro na estante virtual: Lições de texto, leitura e redação.
ResponderExcluirAssinado F. Fichmann na lateral das páginas, e com um "Beijo de seu admirador secreto" na página 63".
Era seu, Flavia?