Há pouco tempo atrás, estava lendo o livro de Marshall McLuhan, "Understanding Media", no qual alega que tudo é uma questão de extensão de alguma coisa. Nossa casa é a extensão de nossa pele, a arma é a extensão da espada e por aí vai.
E entendi o porquê do meu professor de história e teoria da Comunicação, Leonardo Rea Lé falava tanto dessa obra e desse autor. McLuhan é mesmo bom, as idéias são bem sintetizadas, apesar do livro em questão ter "apenas" 400 páginas em sua edição brasileira.
O historiador britânico e colunista do caderno "Mais!" do jornal "Folha de São Paulo", Peter Burke, no livro que escreveu junto com Asa Briggs, "A História Social da Mídia", sempre cita o professor canadense como referência. E foi justamente por causa dessas citações que eu criei vergonha na cara e li o "Understanding Media". Gostei e quero ler novamente no futuro, já que quero seguir carreira na Comunicação, seja antes ou depois de tornar-me rabino.
"A História Social da Mídia - De Gutemberg Á Internet" é o livro que estou lendo agora, quer dizer, tentando. Afastado da faculdade e novamente desempregado (e por conta própria ainda), tento arranjar alguns segundos acordado no ônibus pra poder ler esse livro fantástico. E tem mais um título sobre esse assunto que gostaria de ler, porém, acho que não vou continuar no curso, caso não tire notas boas nas provas. Trabalhos? Nem pensar! Perdi todos.
Enfim, achei surpreendente a atualidade de "Understanding Media". Foi escrito na década de 60 e as idéias "ainda batem", uma coisa incrível. Graças á McLuhan entendi o porquê os europeus (mais os britânicos) gostam tanto de apostar. Novamente: extensão de entretenimento. " - Aposto na vitória do Manchester United em cima do Liverpool." " - Demorô! 20 libras que vai ser dois a zero!". E assim por diante.
Mais divertido ainda os conceitos de "o meio é a mensagem", explicando que o próprio meio de comunicação, não importa o qual, caracteriza a mensagem em si, e não apenas a mensagem que você quer transmitir. Ah, e os "meios quente e frio"? Eu lembro de uma aula do professor Rea Lé no qual dizia a importância da emoção passada pelo rádio através do narrador em um jogo de futebol (ele até imaginou o Corinthians em uma final de Libertadores! Coisa que na verdade não aconteceu. E nem vai acontecer, pelo menos nesse ano...). O rádio, segundo McLuhan é um "meio quente", por envolver mais os sentidos humanos, do que a televisão, por exemplo, no qual você só usa os olhos (o nome já diz, certo?). "Meio frio", analiza o professor canadense em um tiro curto. Isso vale para as cores também, não sabia. Existem cores quentes e frias. "Nice!"
De máquinas a ferramentas, situações e emoções, tudo é uma questão de extensão. De verdade.
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