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17.4.10

A Lâmpada Apagou

Morre ao 64, Malcolm McLaren, o idealizador dos Sex Pistols.

O cantor e produtor musical inglês foi um dos nomes mais importantes do experimentalismo musical britânico das últimas décadas, responsável pela introdução do punk e posteriormente do hip-hop no Reino Unido.



O inglês Malcolm McLaren, empresário, produtor e cantor, morreu na manhã do último dia 08.04 em Nova Iorque, segundo informou à imprensa seu agente Les Molloy.
"Com seu gênio, Malcolm pegou a cultura dos jovens da época e a fez explodir. Foi algo que fortaleceu a nação. Não esqueçamos que ele teve muito sucesso como artista e contribuiu para a introdução do hip-hop e do rap no Reino Unido", declarou ainda Les Molloy, lembrando o importante papel cumprido por McLaren nas décadas de 1970 e 1980, para a transformação da música inglesa.
A namorada de McLaren, Young Kim, afirmou que o empresário tinha já há vários anos contraído mesotelioma, um tipo raro de câncer que afeta os tecidos que protegem os órgãos internos do corpo.
Em comunicado à imprensa, Jonh Lydon, ex-vocalista dos Sex Pistols afirmou: "Para mim, Malc sempre foi uma pessoa divertida, e espero que vocês se lembrem disso. Acima de tudo, era um 'entertainer'. Vou sentir sua falta. E acho que vocês também".
"Sem Malcolm McLaren não teria havido o movimento punk. É uma das poucas pessoas que teve um impacto excepcional na vida social e cultural do país", comentou ainda o jornalista inglês Jon Savage, autor da obra England's Dreaming, sobre a história dos Sex Pistols e do movimento punk inglês.
À parte dos exageros a respeito de sua influência na transformação da música inglesa, Malcolm McLaren de fato cumpriria um papel importante na introdução de novos gêneros musicais em seu país.
McLaren fora da juventude estudante de artes plásticas em diferentes universidades inglesas. Apoiador dos movimentos estudantis durante o Maio de 68 francês, ajudou a divulgar em seu país as idéias da Internacional Situacionista, movimento de arte política impulsionado pelos estudantes de 68.
Sob estas influências, desenvolveria grande interesse sobretudo permanente experimentação formal das vanguardas modernistas, em particular as idéias e técnicas radicais do dadaísmo, com seus happenings e sua postura provocadora de crítica da sociedade. 

A renovação da música britânica 

Morando em Nova Iorque em meados da década de 1970, conhecerá os músicos do movimento proto-punk que acontecia à margem das principais correntes musicais norte-americanas, preconizando uma revolta mais agressiva e marginal que aquela associada ao movimento hippie. Ali ele se tornará empresário da banda New York Dolls durante um curto período.
Com seu retorno a Londres, abrirá, com a estilista Vivienne Westwood, a loja Sex, que se torna um dos principais pontos de encontro da boemia artística inglesa. McLaren reúne ali um grupo de jovens marginalizados que formarão, em 1975, a primeira banda de punk rock da Inglaterra, cuja principal influência seria bandas nova-iorquinas como o NYD, Stooges, Television, MC5 e Ramones.
Os Sex Pistols se tornariam, com suas permanentes críticas à sociedade e ao governo inglês, um dos maiores fenômenos musicais já surgidos no país, tornando o punk nascido nos Estados Unidos, um movimento cultural geral da juventude britânica radicalizada. Os diversos problemas internos do grupo, sempre assediado pelas gravadoras e a imprensa, levariam à sua dissolução ainda em 1979.
Nos anos seguintes, McLaren se lançaria ele mesmo na carreira musical, lançando seu disco solo Duck Rock, em 1983. Este álbum experimental alcançaria certo êxito em sua época, utilizando influências do rock, da música africana e do rap norte-americano, iniciativa responsável pela popularização do hip-hop na Inglaterra, movimento que havia recém surgido entre a juventude negra nos Estados Unidos e divulgada apenas em circuitos underground. Os singles Buffalo Gals e Double holandesa, permaneceram então durante várias semanas nas paradas de sucesso do Reino Unido. A experimentação de diversos gêneros musicais seria a característica distintiva da música de McLaren.
A partir de 1984, ele dedica-se à nascente música eletrônica. Neste ano lança o single Madame Butterfly, adaptada como ópera eletrônica, com vocais líricos e sintetizadores. Em 1989, ele grava um novo álbum misturando funk e disco em suas músicas.
Durante a década de 1990, gravaria ainda álbuns conceituais que incluíam a participação de estrelas da música e do cinema francês, como Catherine Deneuve e Françoise Hardy. Na última década, McLaren se dedicava a diferentes projetos como empresário musical e produtor cinematográfico.

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