O jogo Monopoly (“Banco Imobiliário”) foi produzido na oficina
gráfica do gueto de Theresienstadt, no noroeste da antiga
Tchecoslováquia, como parte da atividade clandestina.
Ele foi desenhado por Oswald Poeck, um artista levado de Praga a
Terezin em novembro de 1941 e posteriormente deportado para a sua morte
em Auschwitz, aos 51 anos, em 29 de setembro de 1944. Além de entreter
as crianças separadas dos pais, o jogo de papelão “Ghetto” se destinava a
fornecer-lhes informações sobre a vida e a sobrevivência no gueto, como
uma reflexão sombria da realidade através de um recurso lúdico. Locais
importantes foram colocados como as estações do jogo: a prisão, os
quartéis, o forte, o armazém, a cozinha.
Aqueles que eram deportados, muitas vezes deixavam seus pertences com
os amigos que permaneciam no gueto. Desta forma, o jogo Monopoly chegou
às mãos dos irmãos Pavel e Tomas Glass, de 8 e 10 anos.
Eles haviam
cheagado ao gueto em 1942, com a mãe. Em 1945, as tropas soviéticas
libertaram Theresienstadt e, milagrosamente, os irmãos Glass
sobreviveram. Logo depois, ficaram sabendo que seu pai havia sido morto
em Auschwitz, assim como a maior parte da família. Os Glass emigraram a
Israel para começar uma nova vida, e com eles levaram o jogo “Ghetto”.
Há cerca de quinze anos, os irmãos decidiram doar o jogo para o Yad
Vashem, onde agora fica em exposição permanente. De acordo com Pavel, as
razões eram simples: “Porque há muitas pessoas que pensam que não houve
um Holocausto”.
Aproximadamente 144 mil judeus foram enviados a Theresienstadt. Ao
fim da Guerra, apenas 17.247 sobreviveram. Cerca de 15 mil crianças
viveram no gueto; apenas 93 sobreviveram.
Fonte: Museu do Holocausto
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