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4.8.11

CARL LUTZ, o homem que salvou mais de 62.000 judeus húngaros da deportação aos campos nazistas durante a II Grande Guerra

Por Judith Klein de Budapeste - Hungria


Carl Lutz

Carl Lutz nasceu na Suiça em 1895 e, depois de se formar nos Estados Unidos, ingressou no serviço diplomático suisso. Tornou-se diplomata de carreira e passou a maior parte da sua vida fora do seu pais natal. Entre outras atividades, Lutz foi consul suisso na Palestina (1935 a 1940), e ao longo de sua vida, sempre se fez acompanhar da sua máquina fotográfica, registrando todos os momentos importantes. Encarregado dos assuntos estrangeiros e dos vistos da Embaixada em Budapeste, entre 1942 e 1944 Lutz emitiu dezenas de milhares de cartas de proteção (“Schutzbriefe”) para os judeus húngaros, documentos que os nazistas relutavam em reconhecer.


Centenas de judeus às portas da “Casa de Vidro” esperando obter visto. (Foto de Carl Lutz)
 
Nos últimos meses da II Grande Guerra, o regime nazista tentou eliminar todos os judeus que viviam na Hungria ocupada pelos alemães. Através de árduas negociações com os nazistas e o governo húngaro, Lutz obteve permissão para emitir cartas de proteção para que 8000 judeus húngaros pudessem imigrar para a então Palestina. Usando de artimanhas, interpretou esses papeis como sendo válidos para famílias, e não para indivíduos, e com a ajuda do pessoal da embaixada, emitiu várias centenas de milhares de papéis adicionais. Estabeleceu em Budapeste 76 casas protegidas pela Embaixada suissa e, com a ajuda da esposa Gertrude, salvou muitos judeus das marchas de morte e dos campos de extermínio. Seu exemplo foi seguido pela Embaixada Sueca, com a atuação do lendário Raoul Wallenberg, e de outras embaixadas de países neutros, como Portugal, Espanha, e o Vaticano. 

Dentre essas casas protegidas, onde também funcionou a Embaixada Suissa, a mais importante foi a “Glass House” (Casa de Vidro), uma antiga fábrica na Vadász utca 29. Mais de 3000 judeus nela encontraram refúgio e proteção das perseguições. A casa hoje funciona como museu aberto aos visitantes interessados na história de Carl Lutz e das suas atividade.


Maquete representando o interior da Casa de Vidro

Em cerimônia singela que contou, entre outros, com a presença da Embaixadora de Israel Aliza Bin Num, do Presidente da Fundação Carl Lutz, Sr. György Vámos, do Secretário de Estado János Fónagy , do Presidente da Fundação Mensch András Geiger, e do Presidente da Confederação Húngara dos Sobreviventes do Holocausto György Sessler, Carl Lutz foi homenageado com a deposição de coroas de flores. Um dos sobreviventes resgatado nesta casa, Sándor Ivan, usou da palavra para lembrar que décadas depois, paira sobre a Hungria ameaça semelhante àquela que hoje se homenageia.


Embaixadora Aliza Bin Nun e Secretário de Estado János Fónagy


György Vámos da Fundação Carl Lutz e Embaixadora Aliza Bin Nun


Sandor Ivan, escritor - Coroas de flores depositadas no memorial

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