Estava lendo a respeito do ex-presidente de Israel, que leva o nome daquele profeta que recebeu as tábuas da Lei. Como pode ser ?, devem estar se perguntando, no túmulo ou através de seus descendentes ainda iludidos, aqueles velhinhos pioneiros que diziam, quando a gente era pequeno, que em Eretz Israel não existem ladrões nem veados, ou melhor, que judeu veado é uma ficção, denotando aí o proverbial preconceito: não só existem judeus homossexuais aos montes, como judeus homofóbicos e racistas. E ladrões. Em Eretz Israel e na Diáspora. O bom de ser judeu, nesse aspecto, é, em primeiro lugar, saber que somos um povo essencialmente plural, multiétnico, multinacional e multissexual, que se expande através não apenas dos colossos econômicos, como dizem os antissemitas, mas da literatura, das artes, das idéias, da filosofia, das ciências humanas. Em segundo, saber que, na terra onde o povo judeu conquistou, politicamente, seu direito à autodetermi nação (conforme rezava a Revolução Francesa), um herdeiro de Chaim Weizman pode ser condenado a sete anos de prisão por estupro. Bem diferente da maior parte do Islã, onde, infelizmente, mulheres ainda são apedrejadas. Ou da Justiça brasileira, onde um obscurantismo quase medieval trava, amiúde, o caminho da verdade. Mas cuidado: há no seio de nossas comunidades um ovo de serpente velho e podre, que deseja um Am Israel silencioso e hegemônico, onde, do alto de um púlpito, algum canastrão disfarçado de profeta proclame ao seu rebanho: nós somos os únicos, os justos, os escolhidos, os ilibados. Neste dia, a luz que ainda faz de Israel uma ilha de democracia no Oriente Médio, e do povo judeu no mundo inteiro uma matriz de idéias e de História, se apagará.
Shalom.(Fonte: Notícias da Rua Judaica)
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