Por Michael M. Grynbaum
Escolas de Culinária causaram sérias frustrações para Seth Warshaw, o chef executivo e proprietário da Etc. Steakhouse, um restaurante kasher em Teaneck em Nova Jersey. Ele tinha se matriculado em uma prestigiosa escola de culinária em Nova York, mas logo ficaram claras as suas restrições religiosas em relação a importantes aspectos da fina culinária francesa - como os saborosos molhos e sedutores crustáceos – todos não-permitidos.
‘Eu fiquei lá com uma garrafa de água, bebendo enquanto todos comiam’ lembrou Warshaw, com um pouco de dor na voz. ‘Eu não comi o foie gras. Eu queria. Eu queria levar para casa e tomar um banho com ele’.
Warshaw, um judeu observante que havia sido convidado a refletir sobre este tema, enquanto ele se encontrava em um papel incomum no domingo: `The Next Great Kosher Chef` (O Próximo Grande Chef da Culinária Kasher, em tradução livre); como juiz para a gravação de uma competição culinária totalmente kasher, e que foi realizada em uma cozinha comercial em Long Island City no Queens.
O evento foi promovido pelo ‘Center for Kosher Culinary Arts (Centro de Artes Culinárias Kasher, em tradução livre), uma organização fundada há três anos em Midwood no Brooklyn, que oferece treinamento e instruções para chefs kasher que buscam os segredos para um jantar elegante, que não seja ‘treif’ ou não-kasher. Seus fundadores afirmam que essa escola é a única academia de culinária kasher fora do Estado de Israel.
‘Se pode vir, se pode saborear, se pode comer’ diz Elka Pinson, uma das proprietárias da escola aos seus alunos. Nos institutos seculares ‘vocês pagam US$ 45.000 e não podem provar nada’.
Para a promoção do seu currículo e da vasta arte da culinária kasher, a escola pediu aos concorrentes para participarem de um dia inteiro na preparação de pratos kasher. O prêmio: uma bolsa de estudos para um curso de formação com 152 horas, que a Sra. Pinson informa que custa US$ 5.000.
Porém chefs profissionais não poderiam competir. Batsheva Goldstein de 32 anos, participante do Brooklyn, coziinha constantemente em casa e sonha em apresentar um programa na ‘Food Network’, mas trabalha como enfermeira. ‘É um trabalho que eu posso ganhar um salário’ disse ela, rindo.
Enquanto uma equipe de filmagem registrava o processo - os organizadores esperam que o filme desperte o interesse da mídia - os participantes tinham que realizar uma série de tarefas vagamente sádicas. Primeiro passo: bater uma dúzia de ovos até que ficassem sob a forma de um merengue, cortar uma juliana de cenouras com um cortador na forma de bandolim, escrever algumas palavras com creme de confeiteiro e tirar escamas de um peixe, tudo em 15 minutos.
Isso depois de um exame escrito pelo qual os participantes comentaram sobre a proibição em Nova Iorque de gorduras trans e identificar o animal kasher nas seguintes opções: camelo, girafa, zebra e lebre. (Resposta: girafa).
Enquanto os competidores batalhavam na cozinha, muitos espectadores mandaram opiniões elogiosas em relação da palavra culinária estar firmemente ligada com a palavra kasher.
‘Isso é uma coisa extremamente necessária no mundo kasher’ disse Zacarias Mehler, um crítico de restaurantes que se especializa em refeições kasher. ‘Havia uma época que o vinho kasher era extremamente pesado como o Concord Málaga’. ‘Agora podermos nos encontrar em breve em exposições de comidas e vinhos, e haverá 800 marcas.
Elan Kornblum, um dos juízes, publica um anuário internacional de restaurantes kasher de alto nível em cidades como Nova York, Montreal e Paris. ‘Kasher está sempre atrás cinco anos do mundo não-kasher’ ele observou. Uma das importações mais recentes é o sushi, que também foi o prato principal do almoço daquele dia. ‘O atum, o salmão estão muito bons’ comentou Kornblum disse. ‘Mas sem camarão ou caranguejo’.
Mas as gerações atuais estão também provocando mudanças que estão ajudando para que a culinária kasher dê um salto para os fãs da cozinha‘. No passado você via a sua avó ou a sua mãe na cozinha’ afirmou Kornblum. ‘Agora não há nada de vergonhoso para um homem preparar uma refeição para os seus amigos’.
Para a rodada final cada competidor preparou um prato principal de frango com acompanhamento de abóbora e outros legumes. Todos foram fortemente condimentados.
O primeiro prêmio foi para Jasmine Einalhori de 22 anos, que estará recebendo o seu diploma na próxima semana em hotelaria pela New York University. Nascida em Los Angeles, com raízes persas e israelenses Jasmine disse que queria trabalhar em restaurantes, mas rejeitava a idéia de uma escola de culinária secular, porque ela não poderia provar alguns dos alimentos. ‘Seria como uma tortura’. Com a bolsa, ela disse, ela será capaz de fazer o seu primeiro curso formal de culinária. E ela tem planos maiores no horizonte. ‘Eu quero ser a Danny Meyer kasher’, disse ela com um sorriso enquanto segurava o certificado de primeiro-prêmio.
(Fonte: Notícias da Rua Judaica)
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