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18.11.10

Uma última mensagem

A 613a u última mitsvá contida na Torá é escrever um Sêfer Torá. Aprende-se
este mandamento do versículo (Devarim 31:19): “Veatá kitvu lachem et hashira
hazot – e agora, escrevei para vós este cântico”.
O Rambam escreve que este mandamento pode ser cumprido escrevendo-se uma
única letra de um rolo completo da Torá. Já que a falta de uma letra torna o rolo
todo inválido, escrever ou corrigir uma única letra corresponde a completar todo
o rolo (Hilchot Sêfer Torá 7:1).
Para cumprir esta mitsvá, pessoas contratam um sofer (escriba) para escrever uma
Torá, ou compram um rolo existente com algumas das últimas linhas ou letras
em branco. Qualquer um que escreva uma ltra ou mais para completar o rolo,
terá cumprido a mitsvá.
A família Reichmann, de Toronto, é conhecida no mundo todo por sua integridade,
lantropia e fé aboluta em Hashem e Sua Torá. Apesar de sua imensa
riqueza, suas prioridades permaneceram rmes, com o cumprimento religioso e
valores familiares sempre elevados em suas mentes. Esta convvicção originou-se com o patriarca da família, que xou padrões
para as gerações futuras.
O Patriarca desta família foi Shemeyáhu (Samuel) Seichmann. Quando ele envelheceu, quis ter um Sêfer Torá, escrito em seu
mérito para cumprir uma mitsvá que poucos judeus têm a oportunidade de cumprir. O custo desta mitsvá é grande. Hoje
contratar um sofer para escrever um Sêfer Torá pode custar bem mais que trinta mil dólares.
Em 1960, o senhor Reichmann contratou um notável sofer em Benê Berac para escrever um Sêfer Torá. Mas o homem estava
sobrecarregado com outros trabalhos e não pôde encontrar muito tempo para concentrar-se completamente no projeto do
senhor Reichmann.
Quando alguns membros da família do senhor REichmann iam a Israel, eles convenciam o sofer a escrever mais algumas yeriot
(folhas de pergaminho). Mas logo depois ele se desviava para outros projetos que sentia serem mais urgentes. Era muito
frustante, mas os Reichmann continuaram aguardando a continuidade do trabalho por aquele sofer devido à sua reputação de
realizar um belo trabalho manual.
Finalmente, em 1975, a Torá foi completada e enviada a Toronto em tempo para Shavuot. Não poderia haver momento mais
apropriado para entrega da Torá, pois Shavuot comemora a outorga da Torá, por Hashem no Monte Sinai.
Planos foram feitos para a Torá ser trazida com pompa e grande solenidade no primeiro dia de Shavuot para a Yeshiva Yessodê
Hatorá.
Haveria um cortejo para levar a Torá, no qual a família, amigos e mebros da comunidade se juntariam com músicas e danças.
O primeiro dia de Shavuot em 1975 caiu numa sexta-feira. No dia anterior o senhor Reichmann, com a ajuda de um sofer
local, completou a escrita do Sêfer Torá, preenchendo as últimas letras. Normalmente o senhor Reichmann era uma pessoa
tranquila e estável, mas nesta oportunidade estava visivelmente excitado com a oportunidade de presentear um Sêfer Torá em
Shavuot.
No primeiro dia de Shavuot a polícia fechou as quadras da Avenida Dalemount, onde o senhor Reichman morava, Um ponto
de encontro marcado na interseção das avenidas Dalemount e Fairholme. Por volta das 9h50m, aproximadamente cem adultos
e crianças saíram da Yeshiva Yessodê Hatorá caminhando atrás de cinco homens, cada qual carregando um Sêfer Torá, pela
Avenida Fairholme em direção à casa do senhor Reichmann.
Enquanto andavam, cantavam alegremente valorizando a beleza daqueles momentos. Às 9h55, o senhor Shemeyáhu Reichmman
acompanhado de seus lhos e netos levou o novo Sêfer Torá de sua casa, caminhando majestosamente pela Avenida Dalemount,
em direção à multidão que o saudaria na esquina combinada.
Exatamente às 10 horas, conforme planejado, os dois grupos se encontraram. O senhor Reichmann cou de pé por um
momento segurando o rolo da Torá. De repende virou-se para seu lho, Moshê, e disse: “Não estou me sentindo bem.”
Ele entregou a Torá para seu lho caiu naquele mesmo lugar e faleceu!
O patriarca transmitiu sua mensagem ao cumprir a última mitsvá. Ele passou a Torá para seu lho Moshê – e ele e seus irmãos
transmitiram a mensagem que ressoa na família até hoje.
Naquele mesmo lugar, onde o senhor Shemayáhu completou sua messorá, uma yeshivá foi contruída. Ela é adequadamente
chamada de “Zichron Shemayáhu – Memória de Shemayáhu”.

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