A mulher, residente no sul de Israel, e o seu parceiro tinham agendado o casamento para agosto de 2006, mas nunca imaginaram que quatro anos se passariam antes que eles pudessem estar sob a chupah. Em 2006 eles fizeram uma festa, porém sem a tradicional cerimônia de casamento judaico, pois o rabinato questionava a origem judaica da noiva. Logo após o casal ter dado entrada nos papéis para o casamento, o conselho religioso em Ashdod remeteu os papéis dessa mulher para o rabino Yosef Hadana em Tel Aviv, que havia sido designado pelo Rabinato Chefe para os registros de casamentos do setor etíope. O rabino declarou que a mulher não era judia, alegando ter sido informado de que seus avôs se haviam convertido ao cristianismo e, portanto, recusou-se a validar a sua condição de judia até que ela se submetesse ao procedimento do banho. A fundação Tebeka, que proporciona apoio jurídico aos membros do grupo advindo da Etiópia, considerou que havia pouca possibilidade de que a decisão de Hadana fosse alterada. No entanto, a mulher se recusou a se submeter a qualquer forma de conversão e se apresentou ao Rabino Chefe sefardita Shlomo Amar. Ela apresentou depoimentos de testemunhas que atestaram por ela e que afirmaram que conheciam a sua família e suas origens judaicas.
No entanto, as dificuldades de calendário impediram que Amar se pronunciasse sobre o assunto ainda a tempo do casamento, e então a cerimônia sob a chupah não foi realizada. A mulher não desistiu e continuou a sua campanha. Dois advogados da fundação Tebeka entraram com uma petição junto ao Tribunal de Rehovot para interviessem no assunto, mas que não foi aceita.
Um recurso então foi dado entrada na Corte Rabínica de Jerusalém, que recentemente chegou a um compromisso aceitável por todas as partes, no qual a noiva iria se banhar em um mikveh e os juízes religiosos esperariam do lado de fora para garantir que o processo tinha de fato ocorrido.
De acordo com o compromisso, a noiva receberá uma certidão de casamento regular sem que nele seja mencionado qualquer registro de que ela foi trazida de volta à fé judaica. "Eu sempre acreditei que era uma judia e não estava disposta a passar por um processo de retorno ao judaísmo, porque eu sei e acredito na minha família" afirmou a noiva.
"Estou feliz que tudo acabou, mas agora as minhas irmãs não terão que passar por esta mesma provação".
(Fonte: Notícias da Rua Judaica)
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