JOCA PERPIGNAN
Em mais uma entrevista da série de brasileiros que optaram por viver em Israel, agora é a vez do músico carioca Joca Perpignan, de 38 anos, que veio morar no país em 1986, quando tinha 14 anos, com a família. Depois de uma temporada de seis anos no Rio, Joca voltou há poucos meses para Israel, onde prepara o lançamento de seu segundo CD. O músico se apresenta com nomes de peso da música local como Matti Caspi e Yoni Rechter, além de fazer shows solo e com os grupos Trio Joca Perpignan e Tucan Trio.
1) Joca, quando você veio morar em Israel?
A primeira vez foi em 1986, com a família. E a segunda, mais recentemente, em junho deste ano, depois de seis anos no Brasil.
2) Por quê você optou em morar em Israel?
Confesso que, da primeira vez, vim à revelia. Tinha 14 para 15 anos, e a decisão não era minha. Era uma questão familiar. Mas da segunda vez, já foi uma opção minha, por questões pessoais.
3) Do que você mais gosta, em Israel?
O que mais me atraiu nessa volta para cá foi família e amigos. Todo lugar tem suas vantagens e desvantagens, Eu adoro o Brasil, mas era difícil para mim, às vezes, a questão da violência e certos valores que me incomodam. Gosto muito do público israelense, que é muito caloroso para a música brasileira. Gosto da cena cultural, da curiosidade das pessoas pela música brasileira.
4) Do que menos você gosta?
Da grosseria. Da falta de cordialidade e gentileza, algo cultural por aqui. É muito difícil me acostumar com a falta de respeito no dia a dia. É claro que a situação política me incomoda também, a busca pela paz e tudo mais. Mas o que mais incomoda é a grosseria entre as pessoas.
5) Qual é o lugar mais agradável do país, na sua opinião?
Eu adoro Tel Aviv. Curto muito. É uma cidade muito bacana, com uma vida cultural agitada, com praias. É uma cidade que nunca dorme. Para a minha profissão, é o melhor lugar para morar.
6) Qual é o lugar menos agradável?
Menos agradável, não sei. Mas posso citar Ramat Gan como mais tedioso...
7) Qual é a palavra em hebraico que você mais gosta?
“Bevakasha” (Por favor). Além de ser bom que seja usada sempre, a sonoridade dá samba!
8) Qual é a palavra em hebraico que você menos gosta?
“Nu” (algo como “vamos”, ou “e aí?”). Parece que vem do russo. Não gosto porque é uma expressão de impaciência.
9) Que comida israelense é a mais saborosa?
Eu adoro a comida daqui, adoro comida mediterrânea, oriental. E, com certeza, a comida que é feita de maneira mais artística é o humus.
10) O que você diria para quem pensa em fazer aliá?
Tentar aproveitar as coisas boas que o país tem e ter paciência com as coisas ruins. Saber levar a diferença cultural sem se irritar o tempo todo. Ignorar o que precisa ser ignorado e não levar nada para o lado pessoal.
(Fonte: Notícias da Rua Judaica)
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