As novas tecnologias e redes sociais nos
permitem saber de pessoas que haviam sumido de nossas vidas, das quais
nunca mais soubemos.
Agora estão ali, a uma tecla da
reaproximação, mas acontecimentos passados, alguns tolos e outros de
maior gravidade, nos levam a algumas dúvidas, se seremos aceitos ou se
ainda que virtualmente, queremos esse reencontro.
Só com o tempo, a maturidade e
oportunidades como estas, acabamos entendendo que muitas pessoas que
passaram por nossas vidas poderiam ter permanecido se não tivéssemos
sido tão infantis, intransigentes, egoístas e donos da verdade.
Quando jovens, imaginando já sermos muito
sabidos, frequentemente discutimos com os mais velhos e nos rebelamos
por nada, brigamos por pouco e realizamos diversas atividades que, já
mais experientes, certamente não repetiríamos.
Aceleramos o veículo, mesmo quando
teremos de frear no sinaleiro da próxima esquina e temos pressa, como
se, mesmo nos momentos de prazeres físicos, o início e o fim fossem
urgentes. Ainda buscamos muito mais quantidade do que qualidade.
Corremos muitos riscos, com pressas
desnecessárias, quase sempre sem um objetivo real ou que não pudesse ser
adiado. Após milhares de exemplos trágicos, ainda realizamos viagens,
inclusive as de lazer, em velocidades excessivas, arriscando vidas e a
fazer sofrer famílias inteiras.
Egoístas, como se fossemos o centro do
mundo, tomamos atitudes impensadas, desagradando muitos, por raramente
termos nos preocupado com o que alguém sentiria com elas. Em diversas
oportunidades dizemos palavras que nunca deveriam ter sido ditas, ou
silenciamos quando o momento exigia que disséssemos algo, sem nos
preocuparmos se essa atitude machucaria alguém.
Não retribuímos muitas atitudes de
carinho que nos demonstram as pessoas, algumas desconhecidas, num
simples ato de desejar bom dia e perdendo, muitas vezes, a oportunidade
de conhecer pessoas encantadoras.
Muitos realizam brincadeiras de mau gosto
ou humilhantes, sem nunca se preocupar em quais seriam as
consequências, muitas vezes provocando traumas que serão carregados por
toda a vida.
Outros são verdadeiros selvagens no
trânsito, respondendo a provocações, discutindo ou brigando por motivos
insignificantes, que poderiam gerar consequencias imprevisíveis,
inclusive fatais.
Ferimos e fomos feridos em centenas de
oportunidades e sem uma explicação conhecida, sonhamos com pessoas de
quem gostamos muito, que amamos, mas também com aqueles que gostaríamos
de nem nos lembrar.
Amamos e nos apaixonamos, fomos ou não
retribuídos, mas muitos confundiram sentimentos, achando que quem os
amava deveria servir-los, estar à sua disposição, sem nenhuma
retribuição, ferindo, dessa maneira, exatamente quem os amava.
Deixamos de demonstrar ou declarar
claramente nosso amor ao nosso par e por simples comodismo, preguiça ou
falta de educação mesmo, sequer retribuímos, dando simples telefonemas
ou realizando visitas de cortesia, para pessoas que sempre nos trataram
muito bem, com carinho, amizade e respeito.
Muitas vezes, só tardiamente percebemos a
importância e a dedicação daqueles que, por amor, estiveram do nosso
lado, sem que lhe déssemos o devido valor.
As indelicadezas, deslizes e erros, quando cometidos repetidamente, acabam se tornando indesculpáveis.
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