Todos
sabem da fábula da formiga e da cigarra, quando uma trabalhava,
armazenava alimentos para os dias mais difíceis enquanto a outra nada
fazia, só cantava, voava, via o mundo de cima, e ainda criticava o
excesso de trabalho da formiga, chamando-a de burra, mas a vida passa
para todos e, como dizem, o mundo dá voltas.
Durante a infância e juventude de meus
filhos estes sempre foram privados de qualquer tipo de excesso e, em
muitas vezes, até em excesso. Sempre entendi que, se tivessem pouco, uma
vida dentro dos padrões normais, sempre estariam bem.
Se no futuro por
motivos diversos pudessem possuir mais, gastar mais, ótimo, certamente
sentiriam prazeres com isso.
Se não pudessem, não sentiriam falta de
nenhum supérfluo, pois já estariam acostumados com o 'feijão com arroz'
do dia-dia e o caviar não seria sequer sonhado, seria insignificante em
suas prioridades.
Muitas pessoas não pensam dessa maneira e
dão a seus filhos tudo o que podem, e que normalmente é mais do que
podem, acostumando-os a um padrão der vida que dificilmente conseguirão
manter no futuro.
Os exemplos estão aí aos milhares, assim
como os resultados. Poucos são os que como Antonio Ermírio de Moraes
que, durante uma entrevista que assisti, ao ser questionado sobre esse
tipo de relacionamento com seus filhos já que era considerado o homem
mais rico do país.
Perguntado se não se importava de levar
uma vida tão simples diante de seu patrimônio, sem motoristas
particulares, usando ternos adquiridos em magazines e se não era cobrado
por estar educando os filhos da mesma forma. A resposta foi tão simples
quanto seu estilo de vida: "Digo a meus filhos que podem se divertir à
vontade, desde que saiam de casa para trabalhar no mesmo horário que
eu".
Como a matemática, certas coisas não são e
nunca serão alteradas, como a relação ganho e despesa. Toda boa dona de
casa sabe o que pode e o que não pode adquirir no supermercado para que
os mantimentos sejam suficientes para o consumo da família até o
próximo pagamento.
Pessoas estão consumindo cada vez mais e
permitindo que seus filhos possuam tudo o que solicitam e estas passam a
ser crianças sem limites, que gritam, choram e até agridem seus pais
sempre que contrariadas.
As crianças criadas dessa forma
certamente levarão sua vida adulta da mesma maneira e provavelmente,
salvo algumas exceções de gênios, não conseguirão fechar a conta do
final do mês, passarão por 'necessidades', mesmo que psicológicas, e a
culpa, sem dúvida, é dos pais que as criaram dessa forma.
Quando se realiza uma atividade comercial
ou industrial, podem ocorrer diversas possibilidades que proporcionem
danos financeiros e até a destruição econômica daquela atividade, e isso
pode ocorrer a todos, que normalmente recomeçam, possuem novas chances e
agora já não cometerão o mesmo erro.
Não é que ocorre com aquele que leva a
vida em nível superior ao que pode. Para estes o resultado certamente
será triste, assim como sempre foi em toda a história da humanidade. O
mundo costuma ser cruel com aqueles que perderam o que já tiveram, até
por passarem a ser rotulados como incompetentes.
Como na fábula da cigarra e da
formiga, as pessoas se esquecem de seu passado, de com o gastaram mais
do que podiam e agora, quando já não podem suprir sequer o necessário,
passam a criticar os que possuem, sem se importar com o que estes
passaram para se manter ou aumentar o que possuem.
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