RABINO NILTON BONDER
Nilton Bonder é Rabino da Congregação Judaica do Brasil, no Rio de Janeiro. Recebeu sua ordenação rabínica no Jewish Theological Seminary em 1987. Nilton Bonder é autor de livros reconhecidos nacional e internacionalmente e que foram publicados na Holanda, Itália, Alemanha, Estados Unidos, China, Rússia, Coréia do Sul, Espanha e República Tcheca. Em 2000 recebeu o prêmio Jabuti na Categoria Religião. Atualmente dirige o Centro de Cultura Midrash no Rio de Janeiro. Seu livro "A Alma Imoral" foi adaptado para teatro com grande sucesso tendo sido considerado melhor espetáculo em São Paulo no ano 2008 pela revista Veja.
PERGUNTAS:
O que fez de mais importante em sua vida?
Vou parafrasear o Rebe de Kotzk: aquilo que estou fazendo nesse momento. Acabei de lançar um novo livro, “Segundas Intenções”, que como todo o escrito recente me mobiliza. Mas também sou grato por minhas realizações com a esposa, os filhos, CJB, Midrash e toda a vez que sou capaz de tocar a vida das pessoas seja em presença, ato, fala ou escrito.
O que lamenta não ter feito ou ainda deseja fazer, de importante?
Não lamento nada. Tenho como disse Yaakov avinu, tudo. Não de tudo, mas tudo. Quanto a “desejar fazer” sempre muitos planos até a KB”H dizer que chega. Entre eles continuar a oferecer para a comunidade um discurso que integre nossa tradição milenar e tão profunda a linguagem de nosso tempo; ajudar a manifestar estes valores em sintonia com as mais sensíveis formas de amor e respeito ao ser humano, o que acredito ser a única maneira de ofertar ao Criador.
Vou parafrasear o Rebe de Kotzk: aquilo que estou fazendo nesse momento. Acabei de lançar um novo livro, “Segundas Intenções”, que como todo o escrito recente me mobiliza. Mas também sou grato por minhas realizações com a esposa, os filhos, CJB, Midrash e toda a vez que sou capaz de tocar a vida das pessoas seja em presença, ato, fala ou escrito.
O que lamenta não ter feito ou ainda deseja fazer, de importante?
Não lamento nada. Tenho como disse Yaakov avinu, tudo. Não de tudo, mas tudo. Quanto a “desejar fazer” sempre muitos planos até a KB”H dizer que chega. Entre eles continuar a oferecer para a comunidade um discurso que integre nossa tradição milenar e tão profunda a linguagem de nosso tempo; ajudar a manifestar estes valores em sintonia com as mais sensíveis formas de amor e respeito ao ser humano, o que acredito ser a única maneira de ofertar ao Criador.
Diante da multiplicidade de disputas e conflitos étnicos e raciais se generalizando em todo mundo, você acha que a Humanidade caminha para tempos sombrios?
Sombrios? Nunca experimentamos tanta luz!
Os conflitos hoje são vistos, debatidos e trazidos ao olhar de uma Gaia humana integrada como nunca antes. Se aproximam sim os dias messiânicos. Isso não quer dizer “almoços de graça”, mas não temos mais como esconder nossas artimanhas humanas. Elas são vistas no divã, na política, nos discursos, na religião. Estamos amadurecendo e tal como o é para uma civilização adolescente, nos é difícil.
Você concorda com o balizamento estatal ou religioso nas opções e preferências pessoais de cada individuo, incluindo a comunicação, opção sexual, vestimenta, fumo e bebida?
Esta opção é irreversível. O texto bíblico manifesta isso com nossa expulsão do paraíso. Não há volta pelo mesmo caminho. Mas o individualismo tem custos enormes que devem ser contemporizados. A Torá representa este caminho a um lugar harmônico, mas por outro caminho: pela junção de discernimento e compromisso. Só pelo discernimento nos auto-enganamos porque ele não é absolutamente confiável. Sobre isso é meu ultimo livro. Sobre a importância de coibir-se seja pelo coletivo, pela ancestralidade ou pelo reconhecimento de que o centro da realidade não somos nós.
Sombrios? Nunca experimentamos tanta luz!
Os conflitos hoje são vistos, debatidos e trazidos ao olhar de uma Gaia humana integrada como nunca antes. Se aproximam sim os dias messiânicos. Isso não quer dizer “almoços de graça”, mas não temos mais como esconder nossas artimanhas humanas. Elas são vistas no divã, na política, nos discursos, na religião. Estamos amadurecendo e tal como o é para uma civilização adolescente, nos é difícil.
Você concorda com o balizamento estatal ou religioso nas opções e preferências pessoais de cada individuo, incluindo a comunicação, opção sexual, vestimenta, fumo e bebida?
Esta opção é irreversível. O texto bíblico manifesta isso com nossa expulsão do paraíso. Não há volta pelo mesmo caminho. Mas o individualismo tem custos enormes que devem ser contemporizados. A Torá representa este caminho a um lugar harmônico, mas por outro caminho: pela junção de discernimento e compromisso. Só pelo discernimento nos auto-enganamos porque ele não é absolutamente confiável. Sobre isso é meu ultimo livro. Sobre a importância de coibir-se seja pelo coletivo, pela ancestralidade ou pelo reconhecimento de que o centro da realidade não somos nós.
Qual seria a sua reação caso tivesse tolhido seu direito de opinar, consumir e de se expressar?
Reagiria como se estivesse sendo lesado de um direito humano. Mas eu mesmo posso optar por restringir meu direito fazendo uso de meu próprio livre arbítrio. Deixaria de opinar para afirmar responsabilidade para com a coletividade, deixaria de consumir para reforçar a presença ancestral e espiritual em minha vida, não me expressaria como uma maneira de reconhecer que não é tudo sobre mim; que muito do que me diz respeito não é sobre mim.
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