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19.12.10

Por que nós esquecemos a "Partilha da Palestina"? (Marx Golgher)

É mais do que sabido que o principal desafio de Israel em nossos dias é o enfrentamento da campanha de deslegitimação desfechada pela esdrúxula frente islamo-esquerdista, uma mixórdia ideológica de fundamentalismo religioso pregado pelo profeta Maomé misturado com materialismo dialético de Karl Marx (que deve ter se remoído na tumba...), a  fazer de tudo para justificar a destruição física de Israel, “varrendo-o do mapa”, agora, sob a liderança e patrocinio da República Islâmica do Irã. A desenvoltura com que atua essa frente preocupa-nos muito, na medida em que  cada vez mais se evidencia se multiplica os efeitos nocivos da publicidade islamo-esquerdista na carência de Relações Públicas, “public diplomacy” israelense, deixando campear livre na opinião pública mistificações, calúnias e difamações a conquistar corações e mentes em todos os continentes.

Lembremos que Israel e mundo judaico justamente festejava até a bem pouco tempo a justa Resolução n. 181 da Assembléia Geral da ONU de 29.11.1947, que cassou o mandato britânico na Palestina, criando em seu lugar dois Estados independentes, um judeu, outro árabe, consagrando afinal o direito de ambos os povos à sua autodeterminação. Com isso, Israel  tornou-se uma das poucas nações do mundo a ter um certificado de legitimidade outorgado pelas Nações Unidas em 29.11.1947, inclusive com os votos da União Soviética e dos Estados Unidos, proclamando,  por si só, “urbis et orbis” a legalidade e legitimidade existência de Israel. Daí, a minha perplexidade, com a atitude de Israel em deixar passar em “brancas nuvens”, como nada tivesse ocorrido na ONU o dia da Partilha, nenhuma palavra, nenhum pio, nem um balido de ovelha partiu de Israel na lembrança do que foi, e é, o mais relevante reconhecimento do mundo civilizado e democrático do direito à autodeterminação do povo judeu, depois de 1813 anos de Diáspora sem-Estado. Alienação completa, situação resultante dos fatores dominantes da sociedade israelense, e por ele caracterizada sobretudo no esquecimento do trabalho do povo judeu, de tal  modo que produza coisas que imediatamente separadas dos interesses e do alcance de quem as produziu- o povo judeu, para se transformarem num lixo político-histórico e social? Por esse vácuo perpassou a celebração do 29 de novembro de 2.010,  por parte do Islã radical, predominando a idéia de que foi uma “Nakba”- catástrofe sem remissão, sem paz, apagando orwellianamente a realidade histórica, a gerar sentimentos anti-Israel, antissemitas,  como se a Resolução da 181 da ONU  não tivesse aprovado a justa divisão da Palestina Britânica, mas gerado uma situação de odiosa opressão do povo palestino. Além de cuspir na memória histórica de tantos judeus e não-judeus, que se bateram pela “partilha” na ONU,  tal alienação joga no lixo a certidão de legitimidade internacional, ajudando paradoxalmente a onda de deslegitimação de Israel. Esquecer a Partilha não é apenas um eventual erro, é favorecer paradoxalmente os piores inimigos de Israel. É isso.

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