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8.12.09

Terra de Ninguém (Márcio Campos)



Numa noite caminhando pelas ruas do centro de São Paulo sem destino, acabei chegando no bairro Santa Ifigênia, lugar bastante famoso para aqueles que procuram principalmente acessórios para informática entre outros, já havia passado por lá varias vezes durante o horário comercial, mas era a primeira vez que eu passava depois que todas as portas do comercio estava fechadas e as trevas tomava conta do lugar, eu não vou mentir, eu não fiquei nenhum um pouco chocado (embora fosse a primeira vez que eu visse pessoalmente) quando cheguei na rua aurora e vi desde crianças de aparentemente 8 anos a homens e mulheres castigados por aquilo que lhes dão prazer e pelo descaso daqueles que se candidataram a cargos públicos prometendo o que não cumpririam depois de serem eleitos.
Realmente a rua estava entupida de pessoas que se autodestruíam, e o pior muitos riam da situação enquanto se acabavam com um cachimbo nada convencional nas mãos, demoro mas caiu a ficha, eu estava na famosa cracolândia, um lugar dominado pelo tráfico e a prostituição, onde as pessoas parecem conformadas com aquilo que são, assim como os homens da policia militar que estão a menos de quinhentos metros da “sin city” paulistana.
Crianças e jovens desesperados uns implorando pelo cachimbo, outros pedindo desesperadamente entre eles mesmo um, dois, três... reais para completar e pega mais uma pedra, pensei em registra esse momento com a câmera do meu celular, mas pensando bem talvez eu estivesse com sorte de caminhar por aquele lugar lentamente e não ser “intimado” por ninguém, preferi não abusar da sorte, sendo assim eu percebi que já estava tempo demais naquele lugar, era hora de se retirar.
Dessa vez eu estava caminhando com destino certo, meu lar doce lar, mas antes a poucas quadras daquele submundo que eu acabara de presenciar, eu me deparo com o famoso Bar Brahma, e então chego a conclusão que em São Paulo a distância entre o “paraíso e o inferno” é menor do que muita gente imagina.

(Segunda crônica feita na oficina "Olhares de São Paulo - Crônicas" - sob orientação do Professor Alan Viola - a ser impressa na programação do Centro Cultural São Paulo - Dezembro/2009)

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