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15.2.11

Regressão Continuada

Além da saúde, a educação é a pior área da gestão tucana em 16 anos de Governo do Estado de São Paulo. Nas últimas eleições, o candidato derrotado da oposição, o ex-professor da Pontifícia Universidade Católica e atual ministro da Ciência e Tecnologia, o senador Aloizio Mercadante, bateu muito nessa tecla, mas não adiantou, não foi nem pro segundo turno, para tristeza da Dona Marilda e alegria minha, afinal, eu apostei que o mesmo não iria acabar assim.

Apostas á parte, vemos os petistas governarem o Brasil desde 2003, e a maioria aprova. Na verdadeira Capital Federal, os petistas só "passearam" quatro anos, e devido a ignorância de muitos, os tucanos governam Sampa desde 2005. As escolas e demais instituições municipais deram um "upgrade" na gestão Marta Suplicy, destacando a criação do Programa Vai e Volta, que fornecia material escolar e transporte de graça. Anos depois, Geraldo Alckmin copiou, criando o Programa Aluno Presente, que somente fornecia material escolar.

O autor desse texto estudou, com certo orgulho, cinco anos em escola estadual, e percebi, com meus próprios óculos, o descaso do governo tucano para com as escolas. No quesito ensino, aprendi muito, é verdade. Tive o privilégio de ser aluno do hoje reconhecido artista plástico Maurício Adinolfi na Escola Estadual Professor Loureiro Júnior, no Tatuapé. Ele dava aula de filosofia, faculdade que "se bobear", até me formo daqui a alguns anos. Sem citar outros professores que me ajudaram muito. Eis o problema.


De que adianta ter ótimos professores e não ter infra-estrutura? Pois é. Em duas das três escolas que estudei, as mesmas tinham estrutura para serem verdadeiras escolas técnicas. Muitas salas, laboratórios de biologia e informática bem equipados, bibliotecas boas, só que ninguém usava, quer dizer, professores não podiam usufruir, limitando ainda mais, nós alunos, o acesso a outros tipos de informação previstos na Constituição. Triste.


Daí, vem vestibulares como o "humano" ENEM, ou até mesmo a gladiada FUVEST, aonde nós, alunos oriundos de escolas estaduais, ficamos, como o povo diz, "a ver navios" - aportados em Santos ainda. Existe casos que alunos de escolas públicas passam, sim, mas não é essa a questão. Se todas as escolas já construídas tivessem 100% de sua estrutura utilizada, para quê gastar mais dinheiro construindo outras? Se passamos cinco horas e 20 minutos dentro da sala de aula, porquê não podemos aprender sobre outras profissões e trabalhar algo em cima delas desde o Fundamental II? E mais, pra quê vestibular?


O pograma de Progressão Continuada nas escolas estaduais não me ajudou. Peguei recuperação no Primeiro Ano do Ensino Médio, e nos outros anos, Conselho de Classe neles! É um caso particular. Quem não teve uma certa base como eu, desde o primário, é quem mais sofre com esse programa. Através dele, crianças chegam a quarta série sem saber escrever o próprio nome. Terminam o Ensino Médio sem saber o que fazer, se terminarem, pois o índice de absenteísmo nessa etapa escolar é grande, pois muitos alunos param de estudar para trabalhar. Casos de colegas meus, lamentável.


Na manhã de terça, dia quatro de janeiro de 2011, ouvi o colunista da Folha de São Paulo, Gilberto Dimenstein na Rádio Central Brasileira de Notícias, pedindo pelo amor de D-us para o reeleito Alckmin parar com essa palhaçada desse programa que em vez de evoluir, regride nossos alunos, atrasando mais São Paulo. Especialidade dessa corja maldita: atrasar nossa Pátria Paulista. Prova que, se criticaram os nordestinos por não saberem votar ao eleger Dilma Rousseff, os paulistas também são passíveis de crítica ao elegerem essa corja. Bem feito. Se continuar assim, como diria Zeca Pagodinho, vamos "chorar na cama, que é um lugar quente!"

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