Translate 4 Your Language

15.2.11

300

Não é o filme de Esparta. É o valor - em centavos - de nosso deslocamento em São Paulo. Em uma cidade que sofre com inúmeros problemas de uma metrópole (muitos até que superam outras grandes cidades no mundo), seu povo ganhou um verdadeiro "presente de grego" na véspera do novo ano da Era Comum.

Na década de 1990, quando estava crescendo, eu observava a sigla "CMTC" nas paradas de ônibus no bairro de onde morava, Cidade Tiradentes, e sabia o que significava. A Companhia Municipal de Transportes Coletivos era a empresa estatal de ônibus no ínicio dessa década, só existia ela. Só que na metade dessa década, o eterno ficha suja, o ex-prefeito Paulo Maluf decidiu acabar com essa empresa, surgindo assim, uma outra empresa totalmente diferente.


Em 1996 (se não me falha a memória), surgia a Sociedade Anônima São Paulo Transportes, responsável por gerenciar o sistema de transportes coletivos sobre rodas na Capital Federal. A partir daí, "pipocaram" viações por todos os lados. As mais conhecidas eram: Cidade Tiradentes, Masterbus, Penha-São Miguel, Bola Branca, Tânia, Santo Amaro, entre outras. Os ônibus eram brancos com uma faixa horizontal vermelha, servia para todas as regiões.


No Governo Marta Suplicy, o melhor governo municipal pós-ditadura, houve uma revolução jamais vista no transporte público em São Paulo. Além de enfrentar a chamada "máfia dos transportes" e mega-greves, a cidade foi dividida em cores por região, tanto para ônibus como lotações. E as inúmeras viações deixaram também de existir, se unindo em consórcios. Hoje, são os mesmos que são os donos das cores (regiões). A antiga Viação Cidade Tiradentes (VCT) virou Himalaia Transportes, que virou Consórcio Leste 4, cuja cor (região) é vermelha. As antigas viações Penha-São Miguel e Itaim Paulista viraram Consórcio Plus, donos da cor (região) amarela, ambas da Zona Leste. Na Zona Sul, na região (cor) vinho, se uniram Bola Branca, Tânia, Transkuba e Campo Belo, formando o Consórcio 7; Na região (cor) azul, se uniram Paratodos, Piratininga e Metropolitana, formando a UniSul. Na região noroeste, predomina a Viação Santa Brígida, de cor verde-claro, na Zona Norte, Sambaíba (azul-escuro), na Zona Oeste é a Viação Gato Preto, junto com a Transppass, quem "puxa o carro" do Consórcio Sudoeste (laranja), e na região sudeste, por fim, manda a Via Sul (verde-escuro). É graças a atual senadora, que temos esse sistema de certa forma elogiável. Mas, alegria de periferia dura milésimos. Marta só ficou quatro anos e a união de direita PSDB-DEM, que já manda no estado há quase 20 anos, invadiu a capital e já está há quase oito. Começou aí. Quando Marta chegou ao poder, o passe era de papel e a tarifa não chegava nem a 1 real e 50 centavos. Veio o Bilhete Único Eletrônico e o aumento para 1 real e 70 centavos. Ela deixou a prefeitura assim. Veio Serra e Kassab, e mudaram pra pior muita coisa (inclusive o procedimento de uso do Bilhete Único), e aumentaram o preço da passagem três vezes.


A população até que se revolta, mas não continua fazendo nada. Quando faz, não é ouvida. E mais uma vez, tudo sobe, e o salário mínimo pra variar, nada muda. Se agora ficava mais difícil andar em Sampa, a tendência é piorar. A culpa? De todos. Por votar errado. Por não se manifestar direito. Por ficar se lamentando. E cresce a cada dia mais, a nossa vontade (minha e da Senhorita Start-Cohen) de sair do Brasil. Enquanto São Paulo não "andar pelas próprias pernas", como disse, a tendência é piorar.


"Alguém tem 1,50 pra emprestar? Só tenho 1,50! Se não, não vou voltar pra casa!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário