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30.1.11

Bate Bola Rápido (Daniela Kresch Entrevista Eva Sonnenreich)

EVA SONNENREICH
A socióloga Eva Sonnenreich é a entrevistada desta semana nesta coluna de brasileiros em Israel. Nascida e criada em Porto Alegre, ela mora hoje em dia em Tel Aviv, depois de uma temporada de sete anos no kibutz Bror Chail, no sul do país. Casada pela segunda vez, mãe de dois filhos e avó de cinco netos (mais os quatro do marido), Eva passou 16 anos se ocupando da importação de artesanato brasileiro. Mas, com a supervalorização do real, passou a se dedicar a um bem-sucedido serviço de bufê de comida típica brasileira. “De tédio, eu não morro aqui em Israel”, brinca.

1) Eva, quando você veio morar em Israel?
Em 1988.

2) Por quê você optou em morar em Israel?
Quando estava estudando na Alemanha, minha filha, que mora no kibutz Bror Chail, ficou grávida. Tirei licença da Secretaria Municipal de meio-ambiente, onde trabalhava, em São Paulo, e vim para ajudá-la. Fiquei um ano. Voltei ao Brasil, mas depois acabei me mudando para cá, definitivamente.

3) Do que você mais gosta, em Israel?
Gosto do fato de que a pessoa pode ser o que ela é,  por aqui. Há muitas opções e oportunidades de vivenciar e aprender muitas coisas. Israel fica no umbigo do mundo. Em só quatro horas de viagem, chega-se à Europa, por exemplo.

4) Do que menos você gosta?
Da falta de educação ambiental. A consciência ambiental existe, mas é incipiente. As pessoas deixam lixo nos parques, nas ruas. Deveriam colocar educação ambiental no currículo escolar. Mas, apesar disso, considero que é preciso compreender as diferenças culturais. A educação do povo, aqui, vem de uma mescla de culturas. O país ainda está construindo a sua própria identidade.

5) Qual é o lugar mais agradável do país, na sua opinião?
Tel Aviv, sem dúvida. Considero que moro em Copacabana, na beira da praia. É uma cidade cosmopolita, maravilhosa, com 24 horas diárias de atividades. É pequena, mas tem tudo o que há em Nova York ou Londres.

6) Qual é o lugar menos agradável?
Não sei. Realmente não sei.

7) Qual é a palavra em hebraico que você mais gosta?
“Meulé” (“excelente”). Pelo sentido, mas também porque é uma palavra que enche a boca,
é redonda.

8) Qual é a palavra em hebraico que você menos gosta?
 “Chutzpá” (algo como “cara-de-pau”). É uma palavra que arranha a garganta.

9) Que comida israelense é a mais saborosa?
As saladas, os vários tipos de queijos brancos, o estilo mediterrâneo da comida. Adoro.

10) O que você diria para quem pensa em fazer aliá?
Que venha, dê uma voltinha, encha os olhos com coisas boas, volte para o Brasil, termine os estudos, aprenda bastante hebraico e volte preparado. A vida é linda por aqui, mas é dura. E o hebraico é fundamental para integração.

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