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1.11.11

Rabinos pedem que religiosos se tornem doadores voluntários de órgãos

40 rabinos da organização religiosa Tzohar votaram na aprovação do novo cartão de doador de órgãos, garantindo que este procedimento está em conformidade com a lei judaica.

Uma nova iniciativa destinada a aumentar o número de pessoas para assinarem cartões de doação de órgãos foi formalmente aprovada pela Tzohar, um grupo religioso-sionista rabínico. Em uma reunião na semana passada no Centro Médico Shaare Zedek em Jerusalém 40 rabinos da organização votaram aprovando um novo cartão de doador de órgãos e para a divulgação de explicações que visam reduzir quaisquer preocupações potenciais de doadores religiosos que poderão ter seus órgãos retirados em conformidade com as leis judaicas. 


"Queremos incentivar que a sociedade israelense reconheça e aceite a importância de salvar a vida de alguém" disse no domingo o presidente da Tzohar o Rabino David Stav ao The Jerusalem Post. "Acreditamos também que é imoral estarmos dispostos a aceitar órgãos de outras pessoas enquanto que ao mesmo tempo não estamos dispostos a doar nossos órgãos, se tais circunstâncias surgirem". Atualmente o cartão de doador de órgãos "Edi" é o único sistema do gênero em uso no país e é emitido pelo Centro Nacional de Transplantes e autorizado pelo Ministério da Saúde. No entanto de acordo com a Tzohar apenas 10 por cento da população adulta já se inscreveu para o cartão.

O programa "Bilvavi" procura amenizar as dúvidas de potenciais doadores, aumentando assim o número de pessoas voluntarias para a doação de órgãos, garantindo a eles e suas famílias que os transplantes serão realizados de acordo com a lei judaica, e especificamente que a morte cerebral será firmemente estabelecida por um médico com conhecimento da legislação pertinente, antes que os órgãos sejam removidos.

A morte cerebral foi estabelecida pelo árbitro mais respeitado da lei judaica dos últimos tempos, o rabino Moshe Feinstein, para ser o critério relevante para a declaração da morte, embora ele estipulasse que outros testes também sejam realizados para a confirmação. Para este propósito foi criada a organização chamada Arevim, com mais de 30 médicos conhecedores e competentes em relação às leis judaicas.

Haim Falk , diretor do sistema Bilvavi informou ao Post que ser signatário do novo sistema significa que um médico da Arevim estará presente no momento que a morte for declarada para assegurar uma garantia extra que qualquer transplante seja de acordo com as leis judaicas. 


O Rabino Stav disse que uma das principais razões em Israel para a baixa taxa de doação de órgãos é por causa de preocupações religiosas, na maioria das vezes completamente infundadas. "Muitas pessoas não estão dispostas a se tornar doadoras de órgãos por causa de sentimentos religiosos, embora que muitas dessas pessoas não sejam religiosas" ele disse. "É que em relação à questão da morte as pessoas tornam-se mais religiosas do que a religião exige". Criticas têm sido expressas em relação ao novo cartão Bilvavi por membros do Centro Nacional de Transplantes, especificamente que o estabelecimento de uma estrutura alternativa possa desencorajar as pessoas seculares de se inscreverem, mesmo que seja para o atual sistema. E é por esta razão que Stav afirma que a Tzohar está recomendando o novo cartão Bilvavi especificamente para as pessoas que não se inscreveram para o cartão Edi, e que a coisa mais importante não é o sistema do registro, mas o f ato de se registrar como doador de órgãos". 

Há três preocupações halachicas sobre doação de órgãos: a proibição contra a profanação de um cadáver; o atraso do enterro, e a obtenção de qualquer tipo de vantagem de um cadáver. Atualmente a maioria dos rabinos aceita que a possibilidade de salvar vidas graças à doação de órgãos supera essas preocupações.

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