40 rabinos da organização religiosa Tzohar votaram na aprovação do novo cartão de doador de órgãos, garantindo que este procedimento está em conformidade com a lei judaica.
Uma nova iniciativa destinada a aumentar o número de pessoas para assinarem cartões de doação de órgãos foi formalmente aprovada pela Tzohar, um grupo religioso-sionista rabínico. Em uma reunião na semana passada no Centro Médico Shaare Zedek em Jerusalém 40 rabinos da organização votaram aprovando um novo cartão de doador de órgãos e para a divulgação de explicações que visam reduzir quaisquer preocupações potenciais de doadores religiosos que poderão ter seus órgãos retirados em conformidade com as leis judaicas.
"Queremos incentivar que a sociedade israelense reconheça e aceite a importância de salvar a vida de alguém" disse no domingo o presidente da Tzohar o Rabino David Stav ao The Jerusalem Post. "Acreditamos também que é imoral estarmos dispostos a aceitar órgãos de outras pessoas enquanto que ao mesmo tempo não estamos dispostos a doar nossos órgãos, se tais circunstâncias surgirem". Atualmente o cartão de doador de órgãos "Edi" é o único sistema do gênero em uso no país e é emitido pelo Centro Nacional de Transplantes e autorizado pelo Ministério da Saúde. No entanto de acordo com a Tzohar apenas 10 por cento da população adulta já se inscreveu para o cartão.
O programa "Bilvavi" procura amenizar as dúvidas de potenciais doadores, aumentando assim o número de pessoas voluntarias para a doação de órgãos, garantindo a eles e suas famílias que os transplantes serão realizados de acordo com a lei judaica, e especificamente que a morte cerebral será firmemente estabelecida por um médico com conhecimento da legislação pertinente, antes que os órgãos sejam removidos.
A morte cerebral foi estabelecida pelo árbitro mais respeitado da lei judaica dos últimos tempos, o rabino Moshe Feinstein, para ser o critério relevante para a declaração da morte, embora ele estipulasse que outros testes também sejam realizados para a confirmação. Para este propósito foi criada a organização chamada Arevim, com mais de 30 médicos conhecedores e competentes em relação às leis judaicas.
Haim Falk , diretor do sistema Bilvavi informou ao Post que ser signatário do novo sistema significa que um médico da Arevim estará presente no momento que a morte for declarada para assegurar uma garantia extra que qualquer transplante seja de acordo com as leis judaicas.
O Rabino Stav disse que uma das principais razões em Israel para a baixa taxa de doação de órgãos é por causa de preocupações religiosas, na maioria das vezes completamente infundadas. "Muitas pessoas não estão dispostas a se tornar doadoras de órgãos por causa de sentimentos religiosos, embora que muitas dessas pessoas não sejam religiosas" ele disse. "É que em relação à questão da morte as pessoas tornam-se mais religiosas do que a religião exige". Criticas têm sido expressas em relação ao novo cartão Bilvavi por membros do Centro Nacional de Transplantes, especificamente que o estabelecimento de uma estrutura alternativa possa desencorajar as pessoas seculares de se inscreverem, mesmo que seja para o atual sistema. E é por esta razão que Stav afirma que a Tzohar está recomendando o novo cartão Bilvavi especificamente para as pessoas que não se inscreveram para o cartão Edi, e que a coisa mais importante não é o sistema do registro, mas o f ato de se registrar como doador de órgãos".
Há três preocupações halachicas sobre doação de órgãos: a proibição contra a profanação de um cadáver; o atraso do enterro, e a obtenção de qualquer tipo de vantagem de um cadáver. Atualmente a maioria dos rabinos aceita que a possibilidade de salvar vidas graças à doação de órgãos supera essas preocupações.
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